Especial: Arcebispo de Braga inicia ministério pastoral com apelo à «proximidade fraterna» e atenção às franjas da sociedade (c/vídeo e fotos)

D. José Cordeiro assume intenção de visitar todas as paróquias do território, «logo que possível»

Braga, 13 fev 2022 (Ecclesia) – O novo arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, iniciou hoje o seu ministério pastoral, na Catedral minhota, apelando à “proximidade fraterna”, com particular atenção às franjas da sociedade.

“Só quem assume ser carente e pobre pode ser amigo dos pobres, reclusos, doentes, peregrinos, migrantes, refugiados, vulneráveis, indigentes e marginalizados nas periferias existenciais, sociais e geográficas”, disse, na homilia da Missa a que presidiu, perante centenas de pessoas, com representantes do episcopado português e espanhol, além de autoridades civis, entre elas o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O arcebispo primaz, que tomou posse este sábado, falou da “vocação à sinodalidade”, associando-se ao processo lançado pelo Papa Francisco, para promover uma Igreja que “caminha em conjunto”.

“Logo que possível, e em sinodalidade com os organismos de comunhão, iniciarei o roteiro da grande peregrinação por toda a nossa amada Arquidiocese nas suas 552 paróquias (551+1 em Moçambique), 14 arciprestados e serviços de proximidade”, anunciou.

D. José Cordeiro falou do lema do programa pastoral na arquidiocese minhota, “uma Igreja sinodal samaritana”, sublinhando que, mais do que um “slogan”, este é “o estilo essencial do Evangelho da Esperança, que é o primado da graça na urgência de testemunhar a santidade, o rosto mais belo da Igreja”.

Afirmando que “o essencial é o Evangelho”, o arcebispo de Braga admitiu que se vive um “tempo difícil”, que desafia a Igreja Católica, convidando a olhar com atenção para a realidade concreta das comunidades católicas.

A Arquidiocese de Braga tem uma história milenar, hoje muito diversificada e enriquecida pelas suas gentes: um povo que trabalha, nas fábricas, nos escritórios, no comércio, nas empresas, nos campos, nas oficinas, nas escolas e universidades, na saúde, na agricultura, na pesca e nos serviços domésticos”.

O responsável apelou a uma Igreja “pobre e livre”, dirigindo-se aos membros do clero, institutos de Vida Consagrada, movimentos e organismos eclesiais, autoridades, instituições de solidariedade social, com as famílias, reclusos, doentes, os mais pobres, jovens e mais velhos.

“Da liturgia à caridade, da catequese à piedade popular e ao testemunho de vida, tudo na Igreja deve tornar visível e reconhecível o rosto de Cristo, a centralidade do mistério integral de Cristo”, precisou.

O arcebispo primaz falou em particular aos mais jovens, pedindo uma caminhada conjunta, no “dinamismo eclesial” da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa vai acolher em 2023, para “construir uma Igreja de portas escancaradas para todos e um mundo melhor”.

No final da homilia, o responsável saudou as autoridades eclesiais, civis, académicas e militares, deixando uma palavra especial ao seu antecessor, D. Jorge Ortiga, agradecendo pelo “dom e ministério dedicado ao serviço desta Arquidiocese, da Província Eclesiástica de Braga e da Conferência Episcopal Portuguesa”.

D. José Cordeiro foi recebido na galilé da Catedral pelos cónegos, tendo depois cumprimentado Marcelo Rebelo de Sousa, antes de entrar na Sé, onde se ajoelhou para um momento de oração, acompanhado por D. Nuno Almeia, bispo auxiliar.

O novo arcebispo foi saudado pelo deão (o cónego mais antigo) do Cabido de Braga, cón. José Paulo Leite de Abreu, o qual falou num “evento histórico”.

Num dia de chuva intensa, que impediu o acompanhamento da celebração no exterior da Catedral, onde tinha sido instalado um ecrã gigante, o deão afirmou que “há dois anos que o boletim meteorológico, quer dos fiéis, quer dos sacerdotes, fazia previsões”.

“A expectativa terminou. E não há, nem terramotos, nem tsunamis, nem cheias avassaladoras… O tempo está calmo, sereno, muito bom para a prática evangélica e apostólica”, acrescentou.

D. José Cordeiro foi nomeado arcebispo de Braga, pelo Papa Francisco, a 3 de dezembro de 2021, sucedendo a D. Jorge Ortiga, que pediu a sua renúncia após ter atingido o limite de idade imposto pelo Direito Canónico (75 anos), em 2019.

O novo primaz foi ordenado padre a 16 de junho de 1991; até 1999 foi pároco, formador no seminário da diocese transmontana e capelão do Instituto Politécnico de Bragança, foi vice-reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 2001 e 2005, ano em que foi nomeado reitor da instituição, onde se manteve até à sua nomeação para a Diocese de Bragança-Miranda, a 18 de julho 2011, pelo Papa Bento XVI; foi ordenado bispo a 2 de outubro do mesmo ano.

OC

Igreja: D. José Cordeiro tomou posse como arcebispo de Braga (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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