Ambiente: Movimento Laudato Si faz 10 propostas às dioceses de todo o mundo para cuidar da criação

Iniciativa é dirigida às 2800 dioceses na Igreja Católica

Lisboa, 07 jan 2022 (Ecclesia) – O Movimento Laudato Si fez 10 propostas às dioceses católicas de todo o mundo poderem cuidar da criação “ao longo e todo o ano”.

“Há mais de 2.800 dioceses na Igreja Católica e cada uma delas tem o poder de realmente dar vida à Laudato Si’ na própria comunidade”, indica o documento publicado no sítio online do Movimento.

De acordo com o Movimento Laudato si, a primeira das 10 maneiras pelas quais uma diocese católica “pode cuidar da criação de Deus o ano todo” é fazer a nomeação de “alguém para ajudar a dar vida” ao documento publicado pelo Papa Francisco em maio de 2015 sobre o cuidado da casa comum, uma dimensão da pastoral que frequentemente é associada “a outros trabalhos de justiça e paz”.

“Reúna um grupo de especialistas (voluntários católicos de universidades, agências de desenvolvimento, governos, empresas, grupos ecológicos, etc.) para aconselhar a diocese sobre como reduzir a sua pegada ambiental, aproveitando os recursos e programas existentes disponíveis na área” é a segunda proposta apresentada.

Elaborar um plano para consolidar a atenção à casa comum na diocese é a terceira proposta do Movimento Laudato Si, que pede depois o incentivo e a “formação de Equipas de Cuidado da Criação” em “paróquias, escolas e outros estabelecimentos, apoiando-as através de eventos de orientação e formação, biblioteca de recursos online, seleção de recursos educacionais para alunos e funcionários e espaço para as equipas trocarem experiências e recursos”.

“Inspire o cuidado da criação entre os fiéis por meio de orações, liturgias, comunicações e eventos. Temos como exemplo eventos de cuidado da criação em todas as escolas diocesanas de ensino médio e escolas católicas na diocese; modelos de homilias, artigos de boletins informativos e dicas ecológicas; identificação de potenciais oradores convidados; e a promoção de conferências que abranjam toda a diocese”, é outra proposta do Movimento.

Identificar e adotar “diretrizes diocesanas para as melhores práticas” é uma indicação concreta,  que passa pela  “redução de resíduos, reciclagem e (quando disponível) compostagem”, “conservação da água”, “compras ecologicamente corretas”, “manutenção sustentável dos espaços diocesanos”, “transporte sustentável”, “gestão de documentos (imprimir ou não / imprimir em cor ou preto e branco)”.

A utilização de energias renováveis é a sétima proposta, que passa por economizar energia, utilizar as renováveis, definir “uma meta de redução de emissões e economia de energia em toda a diocese” e oferecer  “financiamento e conhecimentos especializados para ajudar as paróquias a economizarem energia e acederem energias renováveis”.

“Defenda a justiça ambiental, unindo-se a pessoas de outras religiões e organizações” é a oitava proposta, que passa por cuidar, a nível local, de “questões como gestão de resíduos, controle de qualidade do ar e da água e promoção da eficiência energética e energias renováveis para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis”, a nível nacional por identificar “padrões ambientais nacionais” e, a nível global, por definir “acordos internacionais para limitar o alcance das mudanças climáticas no mundo e ajudar os mais pobres do planeta a lidar com seus impactos”.

Cuidar dos que são “afetados pela degradação ambiental” é uma preocupação do Movimento Laudato Si, que desafia as dioceses a coordenarem “oportunidades de voluntariado” e de “assistência material” àqueles que, na região, sofrerem as consequências do desequilíbrio ambiental, assim como a apoiarem “programas de adaptação, resposta de emergência e recuperação relativos a eventos climáticos”

“Avalie e comunique seu progresso no cuidado da criação de Deus através de newsletters e sites, declarações públicas e entrevistas aos meios de comunicação social, reuniões e encontros diocesanos” é a 10ª e última proposta.

O Movimento Laudato sí nasceu em 2015, na ocasião com o nome Movimento Católico Global pelo Clima, e assumiu, ao mudar de nome em julho de 2021, a inspiração na encíclica ecológica e social do Papa Francisco, e reúne mais de 750 organizações e milhares de ‘Animadores Laudato Si’ dos cinco continentes.

SN/PR

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Agência ECCLESIA

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