Bragança: Refugiados ajudaram a construir o presépio de Colégio de São João de Brito

Grupo de cinco pessoas é acolhido pelas Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado com a Cruz Vermelha

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Macedo de Cavaleiros, 31 dez 2021 (Ecclesia) – A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, na Diocese de Bragança-Miranda, acolheu um grupo de cinco refugiados que, neste Natal, ajudou a construir o presépio no Colégio de São João de Brito.

“Podemos imaginar o quão interessante foi muçulmanos construírem o presépio da comunidade do colégio e explicar como é que o Menino Jesus nasceu junto dos animais, até a nós enquanto cristãos nos questiona”, disse a irmã Conceição Borges à Agência ECCLESIA.

As Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, em parceria com a Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa de Bragança, acolhem refugiados no Colégio de São João de Brito, em Bragança, desde 19 de março.

No grupo de cinco pessoas, há muçulmanos e de outras denominações cristãs.

A irmã Conceição Borges destaca que o diálogo inter-religioso é construído “na simplicidade do dia-a-dia, não é forçado”.

“Nesta parceria vamos descobrindo o dom de cada pessoa, há muita intercomunicação com a comunidade das irmãs, e entre eles na atenção constante; É bom ver da comunidade escolar, de toda a congregação, sente como um berço da ação social, que podemos ser uma gotinha de água de um oceano com tanto para fazer”, desenvolveu.

Ao longo destes meses, os refugiados foram sendo integrados na sociedade brigantina e estão no Instituto Politécnico de Bragança, têm aulas de português num agrupamento da cidade, trabalham no voluntariado com a Cruz Vermelha e também estão no mercado de trabalho.

As Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado vão descobrindo como atualizar o seu carisma e como “ser Eucaristia nas realidades de hoje”.

“É um grande desafio e o que queremos continuar a fazer, não nos agarrarmos tanto às estruturas e o que sempre foi. É mais difícil a novidade do que a manutenção, mas não queremos é ficar como museus”, indicou a religiosa.

A congregação religiosa portuguesa tem 150 membros em 30 comunidades – em Portugal, Angola, Brasil e Moçambique – e dedica-se a várias obras sociais, com incidência na educação, no apoio à juventude em risco e ao apoio à terceira idade.

A irmã Conceição Borges precisa que o serviço das Servas Franciscanas nesses países se realiza nas escolas, na saúde, no acompanhamento das famílias, na promoção à mulher, e surge como “facho de esperança e de luz o poder ser Eucaristia no acolhimento aos refugiados”.

“Desde o início da congregação que a nossa aposta social é olhar às necessidades do tempo, iniciou com as nossas fundadoras, às crianças abandonadas e desprovidas de meio familiar, hoje surge essa nova necessidade que é o acolhimento de refugiados”, precisou.

Um carisma que começou a ser vivido em vida comunitária com os primeiros elementos a partir do ano de 1941; a congregação foi ereta canonicamente a 15 de agosto de 1950, por D. Abílio Augusto Vaz das Neves, bispo da Diocese de Bragança-Miranda e em 1 de novembro de 1991 foi reconhecida como Instituto de Direito Pontifício.

A nível pastoral o seu trabalho realiza-se nas comunidades, sobretudo no Movimento Eucarístico de Leigos, que tem três vertentes, as Florinhas do Sacrário, para as crianças, a Juventude Eucarística Franciscana (JEF) e os Visitadores do Sacrário, destinado aos adultos.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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