Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado realça desafio do Papa Francisco às comunidades cristãs
Lisboa, 12 nov 2021 (Ecclesia) – Eugénio Fonseca, autor do livro ‘Jesus representa todos os pobres – Subsídios para o Dia Mundial dos Pobres’, afirmou que esta jornada pede às comunidades cristãs que promovam um encontro efetivo com os mais necessitados.
“Os pobres todas as semanas vão às nossas paróquias buscar o cesto dos alimentos, a roupa, mas depois não entram mais na igreja e este processo que estamos agora a iniciar deve incluir esta questão: Os pobres fazerem parte das nossas comunidades”, refere o presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV), convidado de hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
Eugénio Fonseca destacou que, no caminho sinodal, que a Igreja Católica está a viver até 2023, “muita gente vai ser ouvida, muita gente vai ter oportunidade de falar” e é também uma oportunidade para as comunidades repensarem no lugar dos pobres dentro delas.
“Devíamos ter vergonha de deixarmos os pobres às portas das nossas igrejas a pedir esmola. São processos sociológicos, psíquicos, muito complexos mas devíamos agir e uma das primeiras coisas era fazê-los entrar, não apenas no espaço físico. Quando chegarmos aí, caminhamos mesmo todos juntos”, desenvolveu o antigo responsável nacional pela Cáritas Portuguesa.
A Igreja Católica celebra este domingo o V Dia Mundial dos Pobres, com o tema ‘Sempre tereis pobres entre vós’, inspirado numa passagem do Evangelho segundo São Marcos (Mc 14, 7), uma iniciativa do Papa Francisco instituída no final do Ano da Misericórdia, em 2016.
Eugénio Fonseca espera que esta jornada permita que se criem “sinergias” e depois “passe a ser uma atitude permanente no seio das comunidades cristãs”.
Na sua mensagem, o Papa Francisco destaca que os pobres têm muito para ensinar e são grandes evangelizadores.
Eugénio Fonseca tem um capítulo dedicado a este tema no seu novo livro ‘Jesus representa todos os pobres – Subsídios para o Dia Mundial dos Pobres’.
“Os pobres evangelizaram-me porque me fizeram descobrir a essência da fé que professava, muitas vezes estava mais vinculada ao culto do que à prática do testemunho do ser cristão; Depois de estar em contacto com muitas situações de vida e muitos testemunhos de gratidão, de capacidade de aceitar com resignação, toda a atitude da simplicidade”, testemunhou.
No contexto da atual pandemia de Covid-19, o presidente da CPV alerta para “a solidão”, que “é uma forma de pobreza” e “não atinge só os mais velhos”, e para a realidade dos infoexcluídos, “aqueles que são pobres de informação das novas tecnologias”.
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