Ordem dos Arquitectos distingue Casa Sacerdotal de Braga

A revista “Habitar Portugal 2003/2005”, da Ordem dos Arquitectos, acaba de distinguir a Casa Sacerdotal de São Martinho de Dume, da autoria de André e António Fontes, e a igreja paroquial de São Salvador de Figueiredo, com restauro interior e desenho do adro de Paulo Providência. Para o comissário regional nortenho do júri de selecção do projecto, estas obras “testemunham que, da mesma maneira que hoje não faz sentido associar um determinado material a uma determinada época, também não faz sentido associar um determinado sistema construtivo a uma determinada região”. Ivo Oliveira justifica dizendo que “cada vez menos a arquitectura portuguesa se situará nas práticas e sistematizações construtivas, nas respostas baseadas nas culturas locais ou nos recursos estilísticos disponibilizados pelo mítico ambiente nortenho”. Desta forma, a Casa Sacerdotal de São Martinho de Dume, refere Ivo Oliveira, “encontra na envolvente exterior da quinta em que se insere a justa medida”. A “Habitar Portugal 2003/2005” explica que o edifício, destinado ao acolhimento de sacerdotes idosos, se alicerça a partir de um conceito forte, planta em “T”, ao qual se adiciona um bloco secundário baixo, que envolve a primeira forma, formando um pátio interior de um lado e abrindo o edifício para o jardim do outro. “Em termos urbanos, a Casa Sacerdotal de São Martinho de Dume, o edifício do Seminário a Nascente, a residência episcopal a Poente e a construção futura a edificar a Norte, criam um vazio interno simbólico onde se congregam os diversos momentos da vida sacerdotal: aprendizagem, a prática sacerdotal e o descanso e recolhimento do fim da vida”, sustenta a publicação. Sobre a igreja de Figueiredo, situada numa colina dominante sobre o vale da Veiga de Penso, a Sul de Braga, Ivo Oliveira diz que, neste caso, “a questão do uso ganha especial relevo”. “Para lá do atento restauro dos espaços interiores, o desenho do adro surge como uma conquista para a população. Esta obra representa uma forma de fazer que encontra habilmente, na complexidade do seu perímetro, no trabalho de ligar pontos que a história nunca alinhou, todos os ingredientes que vão levar à conquista simples e inequívoca de um espaço de grande unidade e pensado para a população”, explica-se.

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