Igreja/Estado: Bispo do Porto alerta para baixos ordenados no «cuidado dos idosos» e dificuldade em contratar pessoas

D. Manuel Linda convida a valorizar quem ajuda os mais velhos nas suas dificuldades

Foto Diocese do Porto/JLC, D. Manuel Linda, bispo do Porto

Porto, 30 set 2021 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou que “começa a ser difícil” encontrar pessoas para o cuidado dos idosos, porque o ordenado “quase não passa o salário mínimo nacional”, e pede ao Estado um aumento para estes trabalhadores.

“Anuncia-se ‘bazucas’ e ‘bazucas’, dinheiro a rodos que nem se sabe bem que fazer dele. Que o Estado, que anda a dormir na forma, acorde enquanto é tempo. E que se preocupe, efetivamente, com quem mais precisa. Neste caso, os velhinhos e doentes”, escreve D. Manuel Linda, num artigo publicado online no site diocesano.

O bispo do Porto convida a valorizar os que trabalham por turnos, há a “ausência da família” e têm de “lidar com a dor, o sofrimento e os dejetos dos outros”.

Para D. Manuel Linda a solução passa por “aumentar o salário destes trabalhadores do social” mas as instituições não o conseguem fazer porque “ou estão no vermelho ou muito perto disso”.

“Se aguentarem continuar abertas, já não é pouco. Porque o risco de insolvência é real. Com a lógica perda de empregos e consequente entrega dos mais débeis às suas famílias”, acrescenta.

Segundo o bispo do Porto entre o “trabalho duro” de cuidar dos idosos e “ficar em casa a disfrutar o RSI” é uma diferença de “pouco mais de 200 euros” e começa a ser “bem mais atraente” receber o Rendimento Social de Inserção do que trabalhar nos lares.

O responsável católico realça que apoia “determinantemente” a atribuição do RSI, corresponde ao pensamento social da Igreja, e é uma das muitas expressões do “cuidado dos frágeis” na sociedade, que “não é um ente abstrato”.

CB/OC

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