Bento XVI recebeu hoje no Vaticano o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, com o qual debate o tema da paz no Médio Oriente. Segundo um breve comunicado da Santa Sé, em cima da mesa estiveram também “as questões relativas à situação da comunidade católica em Israel, também em relação às próximas celebrações natalícias”. Olmert avistou-se ainda com os máximos responsáveis pela diplomacia do Vaticano, o Cardeal Tarcisio Bertone, o Arcebispo Dominique Mamberti e D. Pietro Parolin. Pelo sétimo ano consecutivo, as celebrações de Natal terão lugar num clima difícil para todos os habitantes da Terra Santa. Belém pode potencialmente ficar mais isolada devido ao Muro de Segurança da Cisjordânia, o qual separa literalmente a sua população das outras localidades. Por outro lado, como lembra a Pax Christi Internacional, os atritos entre a Fatah e o Hamas e o não pagamento dos salários aos funcionários públicos, estão a tornar a vida extremamente difícil. O líder do município palestiniano, de Belém, Victor Batarseh, afirma mesmo na sua mensagem de Natal para este ano que a cidade é “uma grande prisão” e que o número de turistas e peregrinos “se reduziu de forma visível”, muito por força das dificuldades em aceder ao local criadas pelos israelitas. Holocausto Ehud Olmert pediu a Bento XVI que intervenha “pessoal e publicamente” junto dos cristãos, para que estes protestem em relação às teorias revisionistas que negam o Holocausto. A informação foi avançada pelo porta-voz do primeiro-ministro israelita. Ontem, a Santa Sé duramente essas teorias e assinalou em comunicado que a Shoah foi uma “tragédia atroz”. A nota oficial dava conta da posição assumida pela Santa Sé a respeito da Conferência que decorre em Teerão, capital do Irão, para colocar em discussão os horrores do Holocausto. “A Shoah foi uma tragédia atroz diante da qual não se pode ficar indiferente”, assinala o comunicado. A Igreja, pode ler-se, “olha com profundo respeito e compaixão para a experiência do povo judaico durante a II Guerra Mundial”. Na conversa de hoje, que durou cerca de 35 minutos, Olmert voltou a convidar o Papa a visitar Israel. Em Agosto passado, Bento XVI manifestou o desejo de visitar a Terra Santa num “tempo de paz”.
