Pe. Noronha de Galvão partilha experiência dos antigos alunos do doutor de Regensburg. Foi eleito Papa – com o nome de Bento XVI – a 19 de Abril de 2005 mas, “curiosamente, Ratzinger mantém sempre a mesma atitude de professor” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Noronha Galvão, Professor de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e um dos participantes do encontro sobre “Evolução e Criação” que reuniu antigos alunos do cardeal Ratzinger. Este encontro de reflexão é feito desde que Ratzinger “deixou de ser professor” e passou a ser arcebispo de Munique, em 1978. Na iniciativa, o antigo professor apresenta “o tema, os oradores e modera a discussão”. E completa: “revive os tempos de outrora e, apesar de ser Papa, orienta os seus antigos alunos na discussão de um tema importante”. Para o professor da UCP, a “vocação de teólogo” de Ratzinger sobressai nestes momentos. “Ele sempre se sentiu como teólogo e, mesmo quando foi nomeado bispo, fez questão de continuar a fazer reflexão teológica” – referiu Noronha de Galvão. Para Bento XVI, a Teologia é uma reflexão sobre a fé e entende que o teólogo põe a sua reflexão “ao serviço da fé da Igreja para que esta se torne mais viva”. Esta foi a segunda vez que os ex-alunos de Ratzinger se encontraram depois da eleição de Bento XVI mas o Pe. Noronha de Galvão não notou constrangimentos. “Bento XVI já tem uma «rodagem» de Papa” – realçou. E adianta: “é diferente estarmos com o professor de Regensburg e estarmos com o Papa”. Nas suas relações pessoais, Ratzinger “é muito simples e afável. Continua na mesma”. No período preparatório do encontro são colocados vários temas em cima da mesa. “Depois perguntamos ao Papa o tema preferido”. O deste ano tem “uma actualidade fulcral e extremamente importante para a Igreja de hoje” – referiu o professor da UCP. Participar nesta iniciativa “é uma alegria” mas, em simultâneo, “é uma grande responsabilidade”. E completa: “estamos a ajudar o Papa a reflectir sobre questões importantes para o seu Pontificado”.