Lisboa: Cardeal-patriarca afirma que «inviolabilidade» da vida humana é a «única garantia da sua defesa»

«Crer em Deus criador significa estar sempre do lado da vida de todos e de cada um» – D. Manuel Clemente

Lisboa, 17 fev 2021 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje que a “inviolabilidade” da vida humana é a “única garantia da sua defesa”, falando na Missa de Quarta-feira de Cinzas a que presidiu na Sé diocesana.

“Crer em Deus criador significa, neste tempo que nos cabe e justamente nos preocupa, estar sempre do lado da vida de todos e de cada um, reconhecendo o valor absoluto que detém do próprio Deus e protegendo-a em todo o seu percurso do ventre materno à morte natural”, referiu D. Manuel Clemente, numa celebração com transmissão online.

Numa crítica indireta à legalização da eutanásia, o responsável católica destacou que a defesa da vida não tem qualquer exceção, mesmo legalmente autorizada, por considerar que esta “rapidamente deslizaria para a respetiva negação”.

D. Manuel Clemente apelou a uma “frente comum de humanidade cuidadora e paliativa”.

“Nesta Quaresma, e na sociedade que integramos, a conversão a Deus Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra, exige-nos atitudes firmes neste ponto, face a eventuais disposições legais e quanto à consciência que as examina e supera”, desenvolveu.

A homilia no primeiro dia de Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa, falou da “graça da conversão”, a que “mais importa” especialmente quando a pandemia “confina fisicamente, mas não fecha o coração”.

“Acompanharemos quantos sofreram e sofrem com a presente pandemia, bem como os que abnegadamente trabalham para a debelar no setor da saúde e na sociedade em geral”, referiu.

“Esta Quaresma é diferente por causa da pandemia que temos de vencer, e que Cristo quer vencer exatamente connosco e através de nós apoiando todos que estão na primeira linha do seu combate no sistema de saúde e na sociedade em geral”, assinalou, no final da celebração.

O cardeal-patriarca de Lisboa observou que as pessoas estão privadas de “muitos gestos” como da imposição das cinzas, “que é tão significativo”, e outros gestos sacramentais que ao longo da Quaresma se vão desdobrado e lembrou que quando Jesus viveu a sua Quaresma, no deserto, “estava só ele e o Pai”.

“Vamos viver esta quaresma de uma maneira tão particular, ainda que imposta pelas circunstâncias tão próxima da que Jesus viveu nos seus 40 dias nos deserto”, apontou.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que se inicia hoje, com a celebração das Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência como preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (4 de abril, em 2021).

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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