Cardeal Stanislaw Dziwisz promete clareza na investigação O Cardeal Stanislaw Dziwisz, antigo secretário pessoal de João Paulo II e actual Arcebispo de Cracóvia (Polónia), prometeu que haverá “clareza na caridade” na investigação da relação entre alguns padres e os serviços secretos comunistas, entre 1944 e 1989. Os chamados “padres-espiões” são um ponto polémico, em especial na cidade de Cracóvia. A Igreja Católica espera que aqueles que forem declarados culpados manifestem sentimentos de “conversão, arrependimento e de expiação, também publicamente”. A Conferência Episcopal Polaca publicou na passada sexta-feira um “Memorandum sobre a colaboração de alguns sacerdotes com os organismos de segurança da Polónia nos anos 1944-1989”, documento que retoma, de forma substancial, a análise feita pelo Cardeal Dziwisz e pela comissão por ele instituída em Cracóvia, para estudar esta matéria. Após a abertura dos arquivos da “Sb”, os serviços secretos comunistas, têm vindo a ser apresentadas revelações sobre alegados sacerdotes colaboracionistas com o regime da altura. O Arcebispo de Cracóvia explica que “em vários casos houve acusações falsas, fundadas em documentos forjados pelos próprios serviços” e que a Igreja precisava de publicar uma instrução teológico-pastoral para “clarificar a avaliação moral das diversas formas de colaboração e quais os comportamentos a adoptar perante os membros do Clero”. O Memorandum dos Bispos polacos assinala, por isso, que a colaboração deliberada e livre com os organismos de segurança do regime comunista é um “pecado público” que deve ser confessado “a Deus, à própria consciência e aos homens a que foi feito o mal”. Na conferência de imprensa em que se apresentou o texto, o Cardeal Dziwisz, falando em nome do episcopado polaco, admitiu, contudo, que o número de colaboracionistas “não deverá ser numeroso” e lembrou que a grande maioria dos padres esteve na oposição ao regime comunista.