Covid-19: Bispo de Aveiro incentiva ao acompanhamento das famílias em luto

«O cristão deve agir com amor, sinceridade, equilíbrio e fé» – D. António Moiteiro

Foto: Lusa

Aveiro, 29 jan 2021 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro apelou a “refletir e atualizar” o modo como de acompanhar as famílias em luto na comunidade, através da carta pastoral ‘Vede como era seu amigo… Acompanhar as famílias no luto’.

“É necessário estar atento àquilo que possa ajudar a conviver com a perda de uma pessoa querida: consolar a quem está em situação debilitada, para que possa restabelecer o equilíbrio e elaborar o processo de luto”, escreve D. António Moiteiro, num texto enviado hoje à Agência ECCLESIA.

No novo documento, o bispo de Aveiro assinala que a assistência espiritual do sacerdote, ou de um grupo constituído na paróquia, “pode servir de grande conforto e ajudar a superar a dor”.

“A comunidade cristã, precisamente por ser comunidade, deve estar presente e acompanhar estes momentos e passos decisivos da vida dos seus membros, manifestando comunhão e solidariedade. Acompanhar as famílias enlutadas requer proximidade e gestos concretos. Com frequência, corre-se o risco de se concentrar toda a solidariedade humana no dia do funeral e depois, quando o vazio se torna doloroso, essa solidariedade desaparece”, desenvolveu.

D. António Moiteiro indica que os vizinhos ou os que estão mais próximos afetivamente são “desafiados a serem bons samaritanos”, a compadecer-se e a cuidar, “lutando assim contra a globalização da indiferença”.

O bispo de Aveiro observa que o “tempo árduo de pandemia Covid-19, com números crescentes de mortes e em que se luta pelo controlo de infeção”, pode implicar que os membros da família e a própria comunidade “não tenham a oportunidade de acompanhar os seus familiares/amigos nas últimas horas e dias de vida, ou mesmo de se despedirem dos que partem” e este afastamento “tem sido muito doloroso, impessoal e traumático na vida das famílias”.

“A morte passou a fazer parte das redes sociais, nesta sociedade conectada; tornou-se mais simples partilhar a comunicação e as condolências, mas não se criou uma cultura online mais sensível diante da morte e do luto”, refere.

Para D. António Moiteiro, “o cristão deve agir com amor, sinceridade, equilíbrio e fé” e explica “a morte do corpo é somente o começo da vida eterna” para o crente em Jesus Cristo, mas “perder alguém que se ama” traz sempre “muita dor e sofrimento a qualquer pessoa”.

O bispo de Aveiro recorda a “atitude” de Jesus diante da doença e da morte, segundo o Evangelho, “aproxima-se, compadece-se, chora, toca, anima e dá vida”, como quando “encontra com o filho único da viúva de Naim, com a filha de Jairo e com o seu amigo Lázaro”: “Jesus livra estas pessoas da morte, mostrando que a sua palavra suscita vida”.

Na carta pastoral, publicada no sítio online da Diocese de Aveiro, D. António Moiteiro pede aos sacerdotes oração e que “estejam próximos dos familiares e amigos” enlutados e a todas as famílias, “que choram a morte dos seus entes queridos”, manifesta o seu “afeto”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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