Covid-19: Comissão Justiça e Paz de Braga alerta para agravamento das desigualdades

Organismo católico destaca que «é a hora de repartir esforços» para enfrentar a pandemia

Foto: Lusa

Braga, 14 dez 2020 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga alertou, em nota divulgada hoje, para o aumento das desigualdades sociais, considerando que é “hora de repartir esforços” na resposta à pandemia de Covid-19.

“A crise provocada pela pandemia traduz-se, para muitos, em desemprego, perda total ou muito substancial de rendimentos e privação da satisfação de necessidades básicas, como a alimentação”, assinala o organismo católica.

A nota tem como título ‘É a hora de repartir esforços – Um novo mundo que vem?’, advertindo para os efeitos de “uma crise económica e social de uma gravidade sem precedentes”.

A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga assinala que as desigualdades que “já marcavam a sociedade tendem a agravar-se” e são os mais pobres quem, “de um modo geral, mais sofre com esta crise”.

“A crise não atinge todos por igual e há quem não sofra perdas substanciais de rendimentos. A estes é pedido um esforço de solidariedade, também ele sem precedentes, que permita minorar os seus efeitos, e ao mesmo tempo pensar novas políticas e práticas que dignifiquem a vida humana no seu todo, desde o trabalho, à educação, à cultura, em suma, à qualificação ecológica da existência humana”, desenvolve o texto.

O organismo católico assinala que o trabalho está ao serviço do “bem comum social e da pessoa humana entendida na sua integridade”, referindo que criar novos postos de trabalho, manter os existentes, e, “sobretudo mudar para uma mentalidade que ponha sempre no centro a pessoa humana e não uma lógica meramente económica, são um antídoto contra o individualismo”.

Segundo a Comissão, “só uma aliança intergeracional, que assuma verdadeiramente a unidade na diferença humana”, pode originar o “nascimento de um novo modo de ser”.

O organismo da Arquidiocese de Braga alerta também para o “drama incomensurável dos bárbaros ataques” de grupos armados na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde “comunidades inteiras têm deixado tudo para fugir à morte” e o número de vidas perdidas “é abafado nas notícias que apenas exploram a pandemia que a todos condiciona a vida”.

“Os cristãos não podem ficar indiferentes! Também aqueles irmãos em Moçambique ou tantos outros que sucumbem à fome são ‘o nosso próximo’”, conclui a Comissão Justiça e Paz – Braga em ‘É a hora de repartir esforços – Um novo mundo que vem?’, sensibilizando para “a importância” da contribuição solidária, nomeadamente para o Fundo Social Diocesano, com o nome ‘Partilhar com Esperança’.

CB/OC

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