Bento XVI vai enviar ajuda imediata às populações do Médio Oriente, através do Conselho Pontifício “Cor Unum”. Num comunicado divulgado esta manhã, a Santa Sé adianta que, dada a persistência do conflito e “o gravíssimo sofrimento das populações”, o Papa quis “manifestar a sua proximidade a todos os que sofrem”. Este Conselho Pontifício é o órgão executivo do Papa quando ele “empreende inciativas humanitárias especiais”. A primeira ajuda destina-se ao acolhimento dos milhares de deslocados e dirige-se à Cáritas Líbano, à Custódia da Terra Santa e outras organizações presentes no terreno. Elas deverão oferecer material para centros de acolhimento, água potável, kits alimentares e higiénicos e medicamentos. O “Cor Unum” repete o apelo do Papa para uma jornada de oração pela paz, este Domingo, pedindo às organizações caritativas que ajudem as populações atingidas pelo conflito. A grave escalada da violência no Oriente Médio levou as Cáritas locais e a rede internacional da “Caritas Internationalis” a pôr em andamento dispositivos especiais de ajuda às vítimas. A Cáritas Líbano está a distribuir alimentos, medicamentos, produtos de higiene, leite e produtos infantis a 25.000 pessoas. Camiões com água potável e alimentos percorrem alguns pontos do país com o fim de atender as vitimas do conflito armado. Na Faixa de Gaza, a situação é igualmente grave. A Caritas Jerusalém distribuiu 2500 rações de comida, 23 equipamentos de primeiros-socorros e 750 talões de distribuição a outras tantas famílias; outros 3000 lotes de comida serão distribuídos por um comboio humanitário, em coordenação com os líderes religiosos das Igrejas de Jerusalém. A situação na região continua tensa e o coordenador humanitário da ONU, Jan Egeland, vai lançar segunda-feira em Beirute um apelo à ajuda internacional a favor do Líbano, que deverá somar milhões de dólares. O montante necessário está ainda a ser avaliado pelas Nações Unidas, que tentam quantificar as necessidades da população civil, que conta já com meio milhão de deslocados. A partida do responsável da ONU surge depois de Israel ter concordado com a concretização de corredores humanitários para prestar socorro à população libanesa, particularmente no sul do país, ameaçado pelas incursões do exército israelita. Os ataques das Forças Armadas de Israel no Líbano já fizeram 362 mortos civis e 500 mil deslocados, enquanto que os israelitas falam em 100 militantes do Hezbollah mortos. Hoje, décimo dia da ofensiva militar israelita no país do Médio Oriente, a aviação de Israel bombardeou de forma intensa as regiões de Tiro e Nabatieh, no sul, segundo relatos das agências de imprensa internacionais. Mais de meio milhão de pessoas tiveram de abandonar as suas casas e enfrentam agora uma situação alimentar e de segurança considerada catastrófica. Os ataques do Hezbollah a Israel nos últimos dias causaram a morte a 33 pessoas, 15 das quais civis.