Espiritanos debatem novos desafios para a Missão

D. Carlos Azevedo lança apelos para a luta em favor da justiça e da paz Os Missionários Espiritanos estão a viver, desde ontem, o seu oitavo capítulo provincial, dedicado ao tema “O Espirito Santo chama para a Missão”. Esta reunião magna, que acontece a cada seis anos, pretende ser um tempo de revisão da caminhada missionária e de projecção do futuro. A eucaristia de abertura do Capítulo foi presidida por D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, que desafiou os Espiritanos a serem missionários “”desprovidos do acessório, guiados pelo essencial”. “Os missionários têm de ser gente livre, sem o alforge dos interesses mercantis, disposta a percorrer caminhos sem o peso de julgamentos, a dar passos sem a sobrecarga de preconceitos, desprovidos do acessório, guiados pelo essencial”, disse. “Uma característica fundamental do missionário é ser profeta, ter o olhar limpo, simples, purificado para orientar os caminhos dos que os acolhem para a ousadia da verdade, para a coragem da liberdade, para a luta em favor da justiça e da paz, para a salvaguarda da harmonia e da beleza da criação, para uma cultura da vida em todas as frentes”, acrescentou. Aproveitando as leituras bíblicas que foram colocadas à reflexão, este Domingo, D. Carlos Azevedo aludiu às figuras do Padre Américo e do Bispo António Ferreira Gomes, a quem disseram “Vai-te daqui”, como ao profeta Amós. Essa é uma atitude que, segundo o Bispo Auxiliar de Lisboa, continua presente em alguns meios da sociedade portuguesa, veiculados por comentadores e cronistas, em relação à Igreja. “Quando a Igreja se pronuncia sobre o modelo de família, que garanta a sua responsabilidade social na transmissão de valores, ouve dizer: vai-te daqui. Quando recorda limites éticos às liberdades da ciência e faz reservas no recurso à lei da reprodução artificial, também sussurram: vai-te daqui”, assinalou. D. Carlos Azevedo lamentou essa animosidade em relação à Igreja mesmo quando esta “vai ao encontro dos sofrimentos das pessoas, das necessidades da população que conhece muito de perto, criando instituições de vida solidária capazes de responder imediatamente às situações”. Aos jovens pediu que abram o coração à Missão. “Se os vossos amigos vos derem com os pés, sacudi o pó dos vossos sapatos”, frisou, numa referência ao Evangelho deste Domingo. “Não fugiremos dos lugares onde a voz de Deus precisa de ecoar. Nas horas mais graves da história a lucidez dos profetas é fundamental”, concluiu.

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