Covid-19: Presidente da República elogia comportamento «exemplar» da Igreja Católica (c/vídeo)

Marcelo Rebelo de Sousa participou na Missa pelas vítimas da pandemia, promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa

Foto: Lusa

Fátima, 14 nov 2020 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa elogiou hoje em Fátima o “comportamento exemplar” da Igreja Católica durante a atual pandemia, após participar na Missa pelas vítimas da Covid-19, promovida pela Conferência Episcopal.

“Eu queria assinalar, agradecer muito à Igreja Católica, que tem sabido interpretar os valores da vida e da saúde, que são valores essenciais para o Cristianismo. Nessa medida, tem sido exemplar, nas celebrações, todas elas, aqui em Fátima”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final da celebração.

O chefe de Estado deu como exemplo as decisões de abdicar das celebrações públicas, no 13 de maio, e a forma como foi assinalado o 13 de outubro, com lotação limitada no recinto da Cova da Iria, considerando que “foram esforços muito grandes”.

“O que tem feito a Igreja Católica é verdadeiramente exemplar, de serviço a valores fundamentais e de serviço à comunidade portuguesa”, acrescentou.

Os bispos católicos em Portugal promoveram hoje uma celebração nacional pelas vítimas da pandemia, na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, com a presença do presidente da República e do primeiro-ministro, António Costa.

“A cerimónia de hoje é muito simbólica. Quiseram todos os bispos, em conjunto, evocar os mortos, quer diretamente da Covid-19, quer de doenças não-Covid, neste período doloroso que temos estado a atravessar”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou esta sexta-feira uma nota sobre o novo estado de emergência, com apelos a comportamentos responsáveis.

O presidente da República sublinhou esta preocupação com o “controlo sanitário”, dentro dos templos, e de “recomendação às famílias”, fora dos mesmos, para evitar “formas de comportamentos e de celebração que acabam por arriscar o que se quis prevenir” nas cerimónias religiosas.

“A cerimónia religiosa obedece a regras e o máximo que a Igreja Católica pode dizer é que, fora do templo, tentem não se afastar da lógica que nos levou a sacrificar aquilo queram celebrações tradicionais diferentes. Isto mostra um estado de espírito de sensatez que os portugueses têm de ter”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa conversaram com D. José Ornelas, presidente da CEP, agradecendo pelo contributo da Igreja Católica na luta contra a Covid-19.

O presidente da República disse que a forma como vai decorrer o Natal, nomeadamente as celebrações religiosas, vai ainda ser objeto de “reflexão”.

“Tudo isso vai ser objeto da audição dos partidos políticos e de reflexão. Vamos pacientemente olhar para isso”, afirmou.

Antes da Missa, o bispo de Setúbal disse aos jornalistas que esta Missa quis unir o país na “memória, tributo e apreço” por aqueles que partiram.

“É uma celebração que todos sentimos bem no coração, independentemente do credo que tenhamos. Todos nos concentramos com atenção e emoção naqueles que nos deixam. É algo universal”, observou.

O bispo de Setúbal destacou a importância de “ter em atenção a dimensão humana da tragédia que se está a viver faz parte do realizar o luto, que muitas pessoas não tiveram ocasião de fazer”.

O presidente da CEP sublinhou também o simbolismo de Fátima, como local “onde tanta gente vem chorar, mas também vem recolher esperança”.

PR/OC

Covid-19: «O sofrimento e a morte não podem ser confinados» – presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (c/fotos)

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Agência ECCLESIA

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