Com a chegada do Verão as crianças e os jovens marcam uma nova etapa nas suas vidas. Nas escolas do Básico ou do Superior arruma-se um ano de trabalho nas sempre duvidosas avaliações para quem é avaliado e para quem avalia. Nas comunidades eclesiais encerra-se um ano pastoral com as celebrações em volta da Comunhão das crianças e do Crisma dos jovens. Trata-se duma etapa definitiva com algumas aparências de simples festa, mas como marco na vida dos que vão continuar e dos que vão desistir da vivência cristã. É por isso que as festas religiosas são significativas. Representam, visivelmente, um acontecimento que entra na memória não apenas dos que recebem um sacramento mas na própria comunidade que acolhe e rodeia. Quem dera que dessa semente fosse extraído todo o fruto. Sabemos porém que nem os que partem nem os que ficam apagam facilmente a memória desse acontecimento. O fato da Comunhão ou do Crisma, é obviamente um elemento menor neste todo. Mas não é um simples elemento de estima pessoal. É uma valorização celebrativa que se enquadra num ritual mais vasto e mais profundo. E chegamos ao ponto: um momento de evangelização em que se devem investir as melhores energias na preparação catequética, litúrgica e na personalização de cada participante como se fosse o único. Um momento singular de aproximação aos grandes mistérios e à experiência de percepção dos símbolos cristãos. É um fim de ano pastoral. Mas merecedor de toda atenção porque há ritos e gestos que ficam para o futuro. Da sua memória dependerão muitos afectos e rejeições no campo da fé. António Rego