Francisco referiu-se a onda de protestos em vários países e evocou incêndios que atingiram campo de refugiados em Moria
Cidade do Vaticano, 13 set 2020 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que acompanha as manifestação de crescente “mal-estar” da sociedade civil, em vários países, perante situações políticas e sociais que considerou “particularmente críticas”.
Francisco convidou as pessoas a manifestar-se de “forma pacífica, sem ceder às tentações da agressividade e da violência”.
A intervenção, após a recitação do ângelus, acontece num momento em que se verificam manifestações públicas de protesto em locais como a Bielorrússia, Colômbia, a ilha grega de Lesbos ou Paris, com o regresso dos “coletes amarelos”.
O Vaticano enviou a Minsk, na última sexta-feira o “número 2” da sua diplomacia, D. Paul Richard Gallagher, para encontrar-se com autoridades civis e responsáveis católicos.
A visita acontece um mês após o início de manifestações na Bielorrússia contra a reeleição do presidente Alexandre Lukashenko para um sexto mandato, num escrutínio considerado fraudulento pela oposição.
Sem referir-se diretamente a qualquer situação específica, o Papa pediu “a todos os que têm responsabilidade públicas e de governo que ouçam a voz dos seus concidadãos e que vão ao encontro das suas justas aspirações, assegurando o pleno respeito dos Direitos Humanos e das liberdades civis”.
Francisco convidou ainda as comunidades católicas a trabalhar “em favor do diálogo, sempre em favor do diálogo, e em favor da reconciliação”.
A intervenção, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, evocou ainda os incêndios deflagraram às primeiras horas da manhã de quarta-feira no maior campo de refugiados na Grécia, em Moria, na ilha de Lesbos, deixando “milhares de pessoas sem um refúgio, ainda que precário”.
“Manifesto solidariedade e proximidade a todas as vítimas destes dramáticos acontecimentos”, disse.
Francisco lembrou a sua visita a esta ilha, em abril de 2016, e o apelo conjunto que lançou com o patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, e o arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II, para “assegurar um acolhimento humano e digno” aos migrantes, refugiados e requerentes de asilo na Europa”.
OC