Iniciativa foi do Papa Francisco, com um apelo à solidariedade da comunidade internacional e a presença do secretário de Estado do Vaticano
Cidade do Vaticano, 02 set 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco convocou um dia universal de oração e jejum pelo Líbano, para esta sexta-feira, 4 de setembro, e enviou o secretário de Estado do Vaticano ao país, em seu nome, “para acompanhar a população”.
“Irá exprimir a minha proximidade e oferecer a nossa oração a todos”, disse o Papa sobre a intenção de enviar o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao Líbano durante a audiência geral desta semana, a primeira com presença de fiéis, desde 27 de fevereiro por causa da pandemia.
O Papa chamou um sacerdote que estava no Pátio São Dâmaso, onde decorrem agora as audiências gerais, que tinha uma bandeia do Líbano, e afirmou que o país “não pode ser abandonado na sua solidão por mais de 100 anos”.
“O Líbano foi um país de esperança. Também durante os períodos mais escuros da sua história, os libaneses conservaram a sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer da sua terra um lugar de tolerância, de respeito, de convivência, único na região”, desenvolveu.
“Encorajo todos os libaneses a encontrar as forças e energias necessárias para partilhar. Peço aos políticos, aos líderes religiosos, que se empenhem com sinceridade e transparência no trabalho de reconstrução, deixando cair os interesses e olhando o bem comum e ao futuro da nação”, desenvolveu.
A 4 de agosto uma explosão no porto de Beirute, a capital do Líbano, provocaram vários mortos, milhares de feridos e elevados danos materiais e o Papa Francisco renovou hoje o “convite à comunidade internacional” para apoiar o país e para “ajudar a sair da grave crise, sem serem envolvidos nas tensões regionais”.
De modo particular aos habitantes de Beirute, pediu que “coragem, fé, oração”, e que “não abandonem as suas casas e a sua herança”.
“Não façam cair o sonho daqueles que acreditaram no futuro de um país belo e próspero”, acrescentou.
O Papa aos bispos, sacerdotes, consagrados/as, leigos, pediu que “continuem a acompanhar os fiéis” e aos bispos e padres “zelo apostólico, pobreza, nada de luxo” e que “deem o exemplo de pobreza e de humildade” com um povo que “está a sofrer”.
“Ajudem os seus fiéis, o seu povo a levantar-se e a serem protagonistas de um novo renascimento. Sejam todos operadores de concórdia, de renovação, uma verdadeira cultura do encontro: Viver juntos na paz e na fraternidade”, explicou, assinalando a importância da “presença cristã” e o contributo para o Líbano e para a região, “num espírito de fraternidade entre todas as tradições”.
CB/PR
Líbano: «Há um sentimento de ‘escapámos’» – Padre Rui Fernandes, em Beirute