Igreja/Sociedade: Bispo de Bragança-Miranda afirma que «uso da máscara exercita ainda mais o ouvir e o olhar»

D. José Cordeiro incentiva diocese a «ouvir e olhar os outros como irmãos e a criação como a casa comum»

Foto: Diocese de Bragança-Miranda

Bragança, 21 ago 2020 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda afirmou hoje que “o uso da máscara exercita ainda mais o ouvir e o olhar”, na homilia da solenidade de Nossa Senhora das Graças, padroeira principal da cidade de Bragança e titular da catedral local.

“Cada um de nós, ao ser ouvido e olhado, possa igualmente ouvir e olhar os outros como irmãos e a criação como a casa comum. Não aconteça de sentir o que o profeta dizia: «Eles têm olhos para ver e não veem, têm ouvidos para ouvir e não ouvem: é uma geração de rebeldes». O uso da máscara exercita ainda mais o ouvir e o olhar”, disse D. José Cordeiro na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Na Eucaristia da solenidade da Virgem Santa Maria, Rainha, sob a invocação “das Graças”- padroeira da cidade, do município, da unidade pastoral e da catedral -, o bispo de Bragança-Miranda salientou que pedem que os ajude a serem “fazedores de paz, aprendendo com Ela a ser mais “nós” (Bem Comum) que ‘eu’ (individualismo)”, ao serviço do dom da caridade, “como exercício da gratuidade gratuita”.

Senhora, Mãe das Graças, ponde o vosso olhar nos rostos lavados em lágrimas, nunca enxutos, dos mais velhos, dos doentes, dos tristes, dos angustiados, dos migrantes e de todas as famílias. Olhai que nos avós e netos, pais e filhos, nas casas, nas IPSSS, nas aldeias, vilas e cidades há muita solidão, tristeza, medo e dor. Mãe da Esperança, sede companhia, alegria, confiança e conforto no caminho de todos”, No documento, enviado pelo Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese de Bragança-Miranda, o seu bispo destaca que, “em tempos duros de pandemia”, Maria é a “‘Mulher eucarística’ que ouve e olha com ternura” a cidade e a diocese, “com as mãos sempre abertas de luz e de paz cuida oferecendo as carícias de Deus”.

“Quando entramos na catedral abrimos as mãos para os cuidados sanitários às mãos estendidas da equipa de acolhimento. A mão é sinal do amor cristão e do serviço de fraternidade. As mãos servem o próximo nas obras de misericórdia e na caridade, curando as feridas, tomando a iniciativa e criando a proximidade. As mãos são páscoa cristã da indiferença à compaixão”, acrescentou o prelado.

Segundo D. José Cordeiro, “este tempo inaudito” convida “à conversão, isto é, a mudar a escuta e o olhar” e questionou quais os “passos para uma vida nova na Igreja”.

Foto Diocese de Bragança-Miranda

O bispo de Bragança-Miranda salientou que o Papa Francisco “continua a mostrar alguns desafios” que se colocam à Igreja como “sacramento e mistério de comunhão” e que marcam o roteiro eclesial na diocese, “para uma conversão pessoal, pastoral e missionária”.

Neste âmbito, pediu que todos se esforcem “por cuidar uns dos outros, cuidar o próximo”, aproximando-se de quem precisa, “mesmo em tempos de pandemia e com todo o cuidado integral”.

Na homilia ‘Um Coração que ouve e que vê é dom e responsabilidade’, o bispo diocesano referiu ainda que ‘Uma Igreja Serva que educa, celebra e festeja’ é o lema do próximo triénio litúrgico e pastoral, ‘rumo à JMJ Lisboa 2023’.

D. José Cordeiro explicou que a “expressiva, quanto bela”, imagem da padroeira, a Senhora das Graças, “não tem o Menino Jesus ao colo” mas aparece com o “coração ardente e cintilante fora do peito, que dá amor por amor”.

Este ano a procissão da solenidade de Nossa Senhora das Graças, pelas principais artérias da cidade, foi substituída por uma “pequena procissão, sem povo, em redor da catedral”, informa a Diocese de Bragança-Miranda.

CB

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Agência ECCLESIA

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