Celebração com vários séculos mantém atualidade
Coimbra, 20 jul 2020 (ECCLESIA) – O presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel, em Coimbra, disse à Agência ECCLESIA que as pessoas “têm uma verdadeira atração e devoção” pela Rainha Santa e nas festas “quase saem de si para a poderem venerar de forma intensa”.
As celebrações, nos primeiros dias de julho são “um ex-libris da cidade de Coimbra e de Portugal”, festejando a vida de Santa Isabel, que “deixou muitos bons exemplos ao país e ao mundo”, referiu Joaquim Costa e Nora nas Conversas na ECCLESIA, sobre ‘O Sagrado e as Gentes’.
Uma festa secular, mas contemporânea porque “a devoção à Rainha Santa Isabel se mantém muito ativa”, frisou o presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel.
Após a canonização da Rainha Santa Isabel, foram diversas as manifestações religiosas em sua honra, sob o patrocínio régio.
Em 1560, surge a Confraria da Rainha Santa Isabel, que abrangia todos os estratos socias e tinha como objetivos prestar o culto a Santa Isabel, promover a sua devoção litúrgica e organizar as celebrações processionais religiosas na cidade de Coimbra.
Coimbra “fica cheia” nas festas, as “maiores manifestações populares” a que a cidade assiste, de dois em dois anos, sublinha Joaquim Costa e Nora.
Em finais do seculo XIX, a imagem da Rainha Santa utlizada na procissão não apresentava a dignidade pretendida, o que levou a rainha D. Amélia a oferecer “uma nova e imponente imagem da padroeira, esculpida por Teixeira Lopes, que a 9 de julho de 189, é estreada nas Festas”.
Desde o século XVI, as ruas são ornamentadas pelos respetivos moradores, a par de alvorada de salvas e repiques de sinos.
Na Procissão da Penitência (noite de quinta-feira), a imagem é transportada (em ombros, numa cadência ritmada), desde a igreja do Convento de Santa Clara-a-Nova até à igreja do Mosteiro de Santa Cruz, proporcionando aos devotos o cumprimento das suas promessas.
Esta procissão integra todas as irmandades e confrarias da Igreja, representantes de associações e instituições da sociedade civil e militar.
Quando a imagem chega à Ponte de Santa Clara, é queimado um “boquet” de fogo-de-artifício e lançadas rosas sobre a imagem da Rainha Santa.
Na Procissão Solene e Louvor (tarde de domingo), a imagem regressa à igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Ao longo do mês de julho, de segunda a sexta-feira, a Agência ECCLESIA divulga um lugar onde “O Sagrado e as Gentes” se cruza, seja vivência de festas e romarias, na preservação do património ou na divulgação de tradições e culturas religiosas, nomeadamente as que se encontram entre as finalistas às 7 maravilhas da cultura popular.
LFS