Santarém: «Assinalar as festas dos padroeiros trouxe grande capital humano» – padre João Ramalho

Pároco conseguiu a união das comunidades para trazer «essencial das celebrações», de que as pessoas «precisam tanto»

Santarém, 06 jul 2020 (Ecclesia) – O padre João Ramalho, da Diocese de Santarém, disse hoje à Agência ECCLESIA que assinalar as festas dos padroeiros nas suas paróquias uniu as comunidades e “trouxe grande capital humano”.

“Era preciso fazer alguma coisa para assinalar, para trazer alguma coisas às pessoas que precisam tanto neste tempo de pandemia e, assinalar as festas dos padroeiros trouxe um grande capital humano, sinto que ganhei um capital de confiança e aproximação à Igreja”, explica o sacerdote.

A ideia partiu do padre João Ramalho, na paróquia de Fráguas, onde a cada ano se celebra o padroeiro Santo António, mas a “proposta uniu a junta de freguesia e as associações” e sonharam uma festa diferente.

“O andor de Santo António visitou os vários sítios, onde as pessoas eram convidadas a dar uma flor ao santo, forma de marcar presença, depois distribuiu-se as flores na oração no cemitério, ao fim do dia”, refere.

O dia foi de celebração, com a presença do bispo diocesano, D. José Traquina, que presidiu à Eucaristia e à bênção dos pães de Santo António e terminou com um “jantar na rua”.

Não havendo a preocupação de angariação de fundos, seja quermesses ou barraquinhas, as pessoas tiveram tempo para celebrar, convidámos as famílias a jantar na rua e formaram-se pequenos arraiais”.

O sacerdote foi passando por esses jantares, no dia de Santo António e recorda a “festa na simplicidade de juntar as famílias, uns bancos corridos e umas sardinhas, no fim da noite ao som do fogo de artifício aconteceu “um brinde geral”.

Já no último sábado aconteceu a festa de São Sebastião, na freguesia local, também preparada nos mesmos moldes com a associação local e a junta de freguesia. 

“Antecipadamente as pessoas receberam na caixa do correio umas fitas de pano, onde poderiam escrever uma dedicatória, um pedido ou oração, para colocar junto do andor, e todas as pessoas aderiram”, conta o entrevistado.

O andor, “em cima de uma carrinha” foi percorrendo os lugares da freguesia, com carros a irem atrás cerca de duas horas e meia, “com paragens para saudações e orações” e com pedidos de fim desta pandemia.

Este domingo, a assinalar o padroeiro São Pedro, no lugar das Correias, “um sítio muito pequeno”, o padre João Ramalho testemunhou o serviço e o verdadeiro espírito de comunidade, conforme iam chegando as pessoas.

“Quando lá cheguei fomos preparar a capela e era preciso uma toalha, alguém ia buscar; era preciso uma palete, alguém sabia quem tinha; e a procissão saiu com atrasos mas num espírito de envolvência entre todos”, aponta.

Depois de assinalar estas três festas, o sacerdote deseja que aquilo que se organizou fique para o futuro, o sentido de comunidade, cooperação e congregação, porque este ano “não se perdeu o ritmo”. 

“As pessoas não estavam preocupadas com os artistas que era preciso pagar ou com a organização da festa que não os deixa viver a celebração e, este ano, as pessoas estavam disponíveis, ali, para o essencial”, considera.

Para o pároco “abriu-se uma oportunidade para estas celebrações” e pensa já no próximo ano organizar um fim-de-semana antes, “uma pré-festa”, uma celebração para as pessoas da terra, para “terem tempo para viver a festa, falarem e conviverem”. 

SN

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Agência ECCLESIA

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