Celebração na Sé Nova de Coimbra teve transmissão online
Coimbra, 05 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu hoje, na Sé Nova da diocese, à ordenação de três sacerdotes da Companhia de Jesus em Portugal (Jesuítas), que convidou a estar “profeticamente atentos” ao que se passa na Igreja e na sociedade.
“A ordenação sacerdotal é sempre um momento alto na vida da Igreja”, assinalou D. Virgílio Antunes, que pediu “sacerdotes segundo o coração de Deus”.
A celebração das ordenações contou com a presença novo provincial dos Jesuítas, padre Miguel Almeida, que foi saudado pelo bispo de Coimbra: “Todos pedimos a Deus pela fecundidade do seu serviço”.
A Sé Nova de Coimbra foi a igreja do Colégio dos Jesuítas, durante 150 anos, onde se formaram vários missionários da Companhia de Jesus.
Dado o contexto de pandemia, a Eucaristia teve acesso restrito, contando com transmissão online.
O bispo de Coimbra desafiou os novos sacerdotes a abrir as portas ao “anúncio integral da Boa Nova”, com palavras e com a própria vida.
“A gratidão a Deus é uma das marcas mais fortes na vida do padre”, que deve levar ao “compromisso de dar a vida”, assinalou ainda.
D. Virgílio Antunes sublinhou a necessidade de tocar o “coração da humanidade”, com todos os seus “cansaços e opressões” e “aspirações espirituais”.
O responsável católico destacou aos jesuítas que estar na Companhia de Jesus significa acolher “uma graça específica” e citou um texto publicado no seu portal online, ‘Ponto SJ’, sobre “Ser padres à maneira dos apóstolos”, com um modelo de “evangelização integral”, que compreenda o seu carácter sacerdotal como serviço da fé e promoção da justiça, diálogo com a cultura e o cuidado da casa comum.
“Entrai no coração de Deus, entrai no coração da humanidade”, concluiu.
No início da celebração D. Virgílio Antunes agradeceu aos novos padres – António Pamplona, João Sarmento e Nelson Faria – pelo seu percurso e o “sim” dado a Deus e à Igreja Católica.
António Pamplona tem 37 anos e é natural do Porto; João Sarmento tem 32 anos e também é natural do Porto; Nelson Faria tem 37 anos e é natural de Lisboa.
O padre Miguel Almeida disse à Agência ECCLESIA que o dia foi de “grande festa”, independentemente das limitações que existem para as manifestações exteriores, porque a ordenação sacerdotal é “o grande símbolo do serviço às pessoas”.
“Ser ordenado num tempo destes em que não se pode fazer festa é um símbolo forte de estar ao serviço daqueles para quem a vida não é festa”, assinalou o religioso jesuíta.
Considerou uma “grande graça” começar o seu mandato como provincial com três ordenações sacerdotais, destacando a importância de fazer propostas com “exigência” às novas gerações.
“Para nós, é bem claro que a juventude é uma fase crucial”, acrescentou o padre Miguel Almeida.
LFS/OC
Notícia atualizada às 14h00 de 06.07.2020
João Sarmento, um dos novos sacerdotes, falou à Agência ECCLESIA do seu percurso de aproximação à Companhia de Jesus, com quem contactou pela primeira vez num projeto social na localidade açoriana de Rabo de Peixe (ilha de São Miguel).
Natural do Porto, de uma família com 8 irmãos, o antigo estudante de Belas Artes passou por vários movimentos da Igreja Católica depois de uma “conversão forte, aos 17, 18 anos”. O novo sacerdote destaca a importância do contacto com a Companhia de Jesus, no contexto universitário, uma marca comum na vida dos três padres ordenados este domingo. “Todas as instituições têm de fazer um esforço grande para adaptar a linguagem à realidade que encontram”, observa. O ‘Ensemble Moços do Coro’, que promove a preservação e dignificação da música sacra, lançou a 1 de julho o seu mais recente trabalho videográfico dialogando a sua expressão musical com a arte plástica do padre João Sarmento, pintor; o trabalho foi concluído pela designer gráfica Rita RA. “O trabalho de colaboração entre estas três áreas foi muito interessante”, relata o jesuíta. |
Ordenações Em termos de participantes, as ordenações estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical.
Orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para a celebração do Culto público católico no contexto da pandemia COVID-19, de 8 de maio de 2020 |