«O dia em que o sol dançou» é o nome do mais recente filme sobre o fenómeno das Aparições de Fátima, realizado pelos britânicos Ian e Dominic Higgins, apresentado durante a Peregrinação Internacional deste 12 e 13 de Maio, e que conta com crianças portuguesas no elenco. A história desta película é adaptada a partir dos factos reais, mas os realizadores reconhecem ter tomado «algumas liberdades», condensando no tempo alguns dos momentos mais marcantes das Aparições. Para os realizadores, o filme constitui uma «história de fé e, claro, de milagres. É uma história incrível, com elementos que podem desafiar o conhecimento». Em particular, os realizadores destacam a «história humana que inspirou as 70 mil pessoas que presenciaram naquela dia de Outubro de 1917» o Milagre do Sol. De acordo com a organização, o filme retrata o anticlericalismo que existia em Portugal durante a I República, com «bispos exilados e padres presos» e aborda a prisão dos pastorinhos pelo administrador de Ourém, um «fanático anti-religioso» que «ameaçou as crianças», exigindo-lhes, sem sucesso, que revelassem os segredos transmitidos por Nossa Senhora. No momento alto do filme é abordado o Milagre do Sol, a 13 de Outubro de 1917, quando milhares de peregrinos assistiram a um fenómeno que consideraram de origem divina e que havia sido anunciado pelos Pastorinhos. Além disso, o filme, que conta com crianças e actores portugueses em cenários naturais da região de Fátima, aborda também a terceira parte do segredo de Fátima, que foi divulgado publicamente em 2000 e que o Vaticano relaciona com o atentado falhado contra a vida de João Paulo II, há exactamente 25 anos. Produzido pela «13th Day Films», a obra tem como fio condutor a «perspectiva das crianças» e baseia-se nos textos da Irmã Lúcia e em testemunhas de muitas testemunhas do Milagre do Sol Os dois directores e argumentistas usaram «os efeitos digitais mais avançados para criar imagens arrebatadoras das visões» dos Pastorinhos e do próprio milagre final, refere a produtora. As filmagens de interiores foram feitas nos Earlswood Studios, com cenários feitos para retratar fielmente as casas originais. Sem fins comerciais, este filme visa «promover a mensagem de Fátima para uma audiência mais vasta», como referem os seus promotores, que apostaram nesta obra por causa da «paixão por Fátima» e por «uma história de fé e crença que deve ser promovida para combater o cepticismo actual». LUSA