Igreja: Vaticano analisa três processos de canonização da Diocese do Porto

Responsável do Vaticano pela Congregação para as Causas dos Santos esteve em Portugal para falar da «Santidade no magistério do Papa Francisco», na Casa Diocesana de Vilar (c/fotos)

Porto, 19 fev 2020 (Ecclesia) –  O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos afirmou hoje, no Porto, que “a santidade é para todos” e disse que há três processos de canonização da diocese que esperam “um milagre” para que possam avançar.

O cardeal Ângelo Becciu fez esta quarta-feira uma conferência na Casa Diocesana de Vilar sobre “Santidade no magistério do Papa Francisco”, que assinalou o início das comemorações dos 25 anos da instituição, e referiu-se aos processos de canonização de D. António Barroso, Sílvia Cardoso e do padre Américo.

“Falta uma coisa importante: que a gente use os joelhos, que reze para o milagre”, afirmou cardeal que preside à congregação da Santa Sé onde se analisam os processos de canonização, “mais de mil” de todo o mundo atualmente.

Após a conclusão da fase diocesana de cada processo de canonização, onde se reúne a documentação e se apresenta o percurso de vida e fama de santidade do candidato, a Santa Sé reconhece as suas “virtudes heroicas” e declara-o “venerável” se o exame dos documentos for positivo; a segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do “venerável” e, se um destes milagres é considerado autêntico, o “venerável” é considerado “beato”; quando após a beatificação, se se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, o beato é proclamado “santo”. A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Para o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, é necessário um milagre para avançar com o processo dos três “veneráveis” da Diocese do Porto, porque “sem milagre, o Papa Francisco não aceita reconhecer a beatificação ou canonização”.

“Tudo está na fé dos cristãos: rezem muito para que estes veneráveis possam interceder junto de Deus para conceder o milagre”, sublinhou.

O reconhecimento das “virtudes heroicas” dos três processos de canonização propostos pela Diocese do Porto aconteceu no pontificado do Papa Francisco: primeiro Sílvia Cardoso, mentora de obras sociais e de espiritualidade, em maio de 2013; depois D. António Barroso, missionário e depois bispo do Porto, declarado venerável em maio de 2017; e, em dezembro de 2019, o padre Américo, fundador da Obra da Rua.

Em declarações aos jornalistas por ocasião da conferência que assinalou o início das celebrações dos 25 anos da Casa Diocesana de Vilar, o cardeal Ângelo Becciu referiu que o “Papa Francisco deseja que todos sejam santos”.

“A santidade é para todos, é para a gente de ao pé da porta, a mãe, o pai, os jovens, o professores, os padres, todos”, afirmou.

Para o prefeito da Congregação para as Causas do Santos, a santidade consiste em “tentar viver o Evangelho em cada dia” e é um convite “aos homens de hoje”.

“Santo é o que vive uma grande fidelidade ao Evangelho, o amor a Deus e amor aos irmãos, que é para toda a vida”, afirmou.

O cardeal Ângelo Becciu fez a primeira de cinco conferências na Casa Diocesana de Vilar, que vão assinalar os seus 25 anos, e que vão trazer ao Porto colaboradores próximos do Papa para apresentar os temas centrais deste pontificado: a santidade, a ecologia, o ecumenismo, a pobreza e a misericórdia.

PR

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Agência ECCLESIA

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