Igreja: «Presença misteriosa da Jacinta» no Hospital D. Estefânia «tem uma lógica que se chama amor» – Padre Carlos Azevedo

Em Lisboa, itinerário espiritual nos passos de Santa Jacinta percorre os locais onde a jovem santa permaneceu

Lisboa,20 fev 2020 (Ecclesia) – O capelão do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, onde Santa Jacinta Marto morreu há 100 anos, afirma que existe a “consciência” de que a sua presença “se faz sentir” de uma forma que os “ultrapassa completamente”.

“Esta presença misteriosa da Jacinta, que não sabemos explicar, só tem uma lógica que se chama amor e esta lógica está a ali sempre muito presente. A Estefânia, costumamos dizer, é essencialmente uma escola de amor”, disse o padre Carlos Azevedo, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Afetada pela “gripe espanhola”, em 1918, Jacinta Marto, a mais nova dos pastorinhos videntes de Fátima, faleceu a 20 de fevereiro de 1920, no Hospital lisboeta da D. Estefânia, e esta quinta-feira celebra-se esse centenário.

O capelão do hospital conta que no sítio “mais próximo do local onde ela parte para Deus” já está uma placa que assinala há muitos anos a passagem de Santa Jacinta por Lisboa mas, com o Santuário de Fátima, “vai haver uma pequena intervenção para reforçar essa data e este acontecimento”.

“Como é próprio na Igreja Católica, o sítio especial do culto aos santos é de onde partem para Deus. O Hospital da Estefânia é incontornável nesse aspeto e procuramos valorizá-lo”, assinala o sacerdote.

No dia da Festa Litúrgica dos Santos Francisco e Jacinta Marto, o hospital D. Estefânia recebe uma conferência, a partir das 15h00; depois o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, preside à Eucaristia.

“No interior da unidade de saúde pediátrica existe um itinerário com fotografias relacionadas com a passagem da Santa Jacinta, desde a cama até a fotografias de pessoas que a acompanharam: a diretora do hospital, enfermeiras”, conta o padre Carlos Azevedo, sobre uma exposição inaugurada em 2002 com a ajuda do padre Luís Kondor, sacerdote húngaro que se destacou como vice-postulador da causa para a canonização dos pastorinhos de Fátima (22 de junho de 1928 – 28 de outubro de 2009).

Segundo o capelão, as referências “mais importantes” da mais jovem dos três videntes de Fátima neste local “acabam por ser a própria mensagem” para as muitas pessoas que peregrinam ao Hospital D. Estefânia ao longo do ano.

O padre Carlos Azevedo salienta que encontra pessoas de vários locais do mundo, que entram pela capela, “espontaneamente”, para “partilhar histórias lindíssimas da interceção dos pastorinhos e nomeadamente da santa Jacinta pelo sofrimento das crianças”, como os Estados Unidos da América, Itália, França, Coreia do Sul e outros países asiáticos.

O itinerário espiritual de Santa Jacinta na cidade de Lisboa, “hoje percorrido por inúmeros peregrinos”, inclui Basílica da Estrela, o convento das Irmãs Clarissas, “onde o quarto está intacto e muitos dos objetos que tocou”, e a igreja dos Anjos que “está a trabalhar de alguma forma para tornar espaço mais significativo do que foi a passagem da Santa Jacinta”.

A 1 de maio de 1951, os seus restos mortais foram trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima, e a mais jovem santa não-mártir na história da Igreja Católica fopi canonizada em 2017.

Até sexta-feira, pelas 22h45, o programa ECCLESIA na Antena 1 conversa com a postuladora da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta Marto.

PR/CB/OC

 

Fátima: Santa Jacinta Marto morreu há 100 anos

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Agência ECCLESIA

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