Vaticano: Papa recorda 75º aniversário da libertação de Auschwitz e reforça condenação do antissemitismo

Francisco defende necessidade de preservar memória do Holocausto

Visita do Papa a Auschwitz (imagem de arquivo)

Cidade do Vaticano, 20 jan 2020 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano o 75º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz (27 de janeiro de 1945) e reforçou a condenação do antissemitismo, numa audiência a membros do “Simon Wiesenthal Center”

“O aniversário da crueldade indescritível que a humanidade descobriu há 75 anos é um chamamento a parar, calar e lembrar. Precisamos disso, para não nos tornarmos indiferentes”, declarou, em intervenção divulgada pela Santa Sé.

“Não me canso de condenar todas as formas de antissemitismo”, disse ainda.

Francisco destacou a importância de preservar a memória do Holocausto, para as novas gerações, como forma de “combater todas as formas de antissemitismo, racismo e ódio de minorias”.

A intervenção alertou para o aumento da “indiferença egoísta” e dos populismos, alimentados pelo “ódio”, com “ressurgimentos bárbaros do antissemitismo”.

O Papa recordou a sua passagem pelo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 2016, para “rezar em silêncio”.

“Hoje, absorvidos no turbilhão das coisas, lutamos para parar, olhar para dentro de nós mesmos, fazer silêncio para ouvir o grito de sofrimento da humanidade”, observou.

O consumismo de hoje também é verbal: quantas palavras inúteis, quanto tempo desperdiçado contestando e acusando, quantas ofensas gritadas, independentemente do que foi dito. O silêncio, pelo contrário, ajuda a preservar a memória. Se perdermos a nossa memória, destruiremos o futuro”.

A dignidade humana, acrescentou, “pertence a todos em igual medida”, independentemente da origem, religião ou estatuto social.

Francisco convidou à cooperação entre católicos e judeus para “reintegrar aqueles que estão marginalizados” e os que “são rejeitados por não terem meios e dinheiro”, bem como as “vítimas da intolerância e discriminação”.

“Que o Altíssimo nos ajude a respeitar e amar cada vez mais, e a tornar a terra um lugar melhor, semeando a paz. Shalom”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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