Açores: Bagão Félix alertou que «só há desenvolvimento integral quando ninguém é deixado para trás»

Ex-ministro da Segurança Social proferiu uma conferência sobre economia solidária

Angra do Heroísmo, Açores, 20 jan 2020 (Ecclesia) – Bagão Félix participou nas jornadas formativas promovidas pelo Instituto Católico de Cultura e festas de São Sebastião, na Diocese de Angra, e defendeu que “só há desenvolvimento integral quando ninguém é deixado para trás”.

“Só há desenvolvimento integral quando todas as partes da sociedade são consideradas e se promove uma verdadeira solidariedade”, disse Bagão Félix na sua conferência sobre economia solidária em Ponta Delgada, capital da ilha açoriana de São Miguel.

O ex-ministro da Segurança Social lembro que a solidariedade é um valor que faz parte da matriz cristã e deve estimular a participação dos cristãos em todos os domínios da sua vida. 

“Todos somos impelidos à participação, todos temos um papel, e todos são importantes. Só há desenvolvimento se não desconsiderarmos nenhuma das partes”, referiu.

O economista Bagão Félix percorreu as várias formas cristãs de dizer solidariedade ao longo da história da Igreja, desde São Tomás de Aquino, em que a solidariedade era considerada como uma forma de amizade civil até aos dias de hoje que é um compromisso social para com o outro, sobretudo o mais frágil.

“A crise que atravessou o mundo, recentemente, resultou da supremacia dos bens exteriores: a valorização do dinheiro sobre tudo o resto”, recordou.

O antigo ministro apontou ainda que “a própria solidariedade passa a ser regida por critérios económicos”  mas que “a pessoa é que tem que estar no centro; esta é uma noção ética e a grande ideia quando falamos de solidariedade”.

“A solidariedade é um valor humano, uma virtude moral, um dever social e obviamente tem a sua expressão visível na ação da igreja: a caridade não é a mera administração do que nos sobra, mas sim partilhar com o outro o que é meu, mesmo o que me faz falta”, esclareceu.

A solidariedade “é um bem social de mérito, que naturalmente tem um valor económico de facto mas é sobretudo a expressão do amor e, por isso, não é uma norma externa”, daí ter trazido o conceito de família para explicar a solidariedade e mostrara que é o que mais se aproxima do itinerário que é preciso percorrer para desenvolver uma economia solidária.

Esta jornada contou com o apoio da Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, e foi inserida no contexto da festa do padroeiro que é celebrado esta segunda-feira, dia 20 de janeiro. 

SN

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