Ano C – 13.º Domingo do tempo comum

Chamados à liberdade no amor

A liturgia da Palavra do 13.º domingo do tempo comum sugere que Deus conta connosco para intervir no mundo, para o transformar e salvar; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e radicalidade, na liberdade e no dom total de nós mesmos às exigências do Reino.

A primeira leitura apresenta-nos Eliseu, discípulo de Elias, como aquele que escuta o chamamento de Deus, corta radicalmente com o passado e parte generosa e livremente para realizar os projetos que Deus tem para ele.

O Evangelho indica-nos que o caminho do discípulo é feito de exigência, de radicalidade, de entrega total e irrevogável ao Reino. Esse caminho deve ser percorrido no amor e na entrega, sem fanatismos nem fundamentalismos, no respeito absoluto pelas livres opções dos outros.

A segunda leitura diz-nos que o caminho do amor, da entrega e do dom da vida é um caminho de libertação. Responder ao chamamento de Cristo, identificar-se com Ele e aceitar dar-se por amor é nascer para a vida nova da liberdade, sempre conduzidos pelo Espírito.

Paremos uns momentos nas palavras de Paulo, um veemente convite à liberdade. Logo no início, ele avisa os Gálatas que foi para a liberdade que Cristo os libertou, explicando de seguida em que consiste a liberdade para o cristão.

Para Paulo, a verdadeira liberdade consiste em viver no amor. O que nos escraviza, nos limita e nos impede de alcançar a vida em plenitude é o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência. Superar esse fechamento em nós próprios e fazer da nossa vida um dom de amor torna-nos verdadeiramente livres.

Esta liberdade, qual capacidade de amar e dar a vida, nasce da vida que Cristo nos dá: pela adesão a Cristo, gera-se em nós um dinamismo interior que nos identifica com Ele e nos dá uma capacidade infinita de amar e de superar o egoísmo, o orgulho e os limites, ou seja, com uma capacidade infinita de viver em liberdade. É o Espírito que alimenta, dia a dia, essa vida de liberdade ou de amor que se gerou em nós, a partir da nossa adesão a Cristo.

Deixemo-nos conduzir pelo Espírito, que nos chama à liberdade, marca da nossa identidade cristã, que devemos defender e promover, sempre no dinamismo do amor de Deus. «Amar o teu próximo como a ti mesmo» é o resumo da lei da liberdade. E acrescenta o apóstolo: «Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que acabareis por destruir-vos uns aos outros… Pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros».

Que assim seja ao longo desta semana. Procuremos viver na liberdade do amor a Deus e do serviço aos irmãos!

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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