Mensagem Pascal do Papa Francisco

Queridos irmãos e irmãs, Boa Páscoa!

Hoje, a Igreja renova o anúncio dos primeiros discípulos: «Jesus ressuscitou!» E de boca em boca, de coração a coração, ecoa o convite ao louvor: «Aleluia!… Aleluia!» Nesta manhã de Páscoa, juventude perene da Igreja e de toda a humanidade, quero fazer chegar a cada um de vós as palavras iniciais da recente Exortação Apostólica dedicada particularmente aos jovens:

«Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem [e a cada] cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo! Está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais que te possas afastar, junto de ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para recomeçar. Quando te sentires envelhecido pela tristeza, os rancores, os medos, as dúvidas ou os fracassos, Jesus estará a teu lado para te devolver a força e a esperança» (Chistus vivit, 1-2).

 

Queridos irmãos e irmãs, esta mensagem é dirigida ao mesmo tempo a todas as pessoas e ao mundo inteiro. A Ressurreição de Cristo é princípio de vida nova para todo o homem e toda a mulher, porque a verdadeira renovação parte sempre do coração, da consciência. Mas a Páscoa é também o início do mundo novo, libertado da escravidão do pecado e da morte: o mundo finalmente aberto ao Reino de Deus, Reino de amor, paz e fraternidade.

Cristo vive e permanece connosco. Mostra a luz do seu rosto de Ressuscitado e não abandona os que estão na provação, no sofrimento e no luto.

Que Ele, o Vivente, seja esperança para o amado povo sírio, vítima dum conflito sem fim que corre o risco de nos encontrar cada vez mais resignados e até indiferentes. Pelo contrário, é hora de renovar os esforços por uma solução política que dê resposta às justas aspirações de liberdade, paz e justiça, enfrente a crise humanitária e favoreça o retorno em segurança dos deslocados, bem como daqueles que se refugiaram nos países vizinhos, especialmente no Líbano e Jordânia.

A Páscoa leva-nos a deter o olhar no Médio Oriente, dilacerado por divisões e tensões contínuas. Que os cristãos da região não deixem de testemunhar, com paciente perseverança, o Senhor ressuscitado e a vitória da vida sobre a morte. O meu pensamento dirige-se de modo particular para o povo do Iémen, especialmente para as crianças definhando pela fome e a guerra. A luz pascal ilumine todos os governantes e os povos do Médio Oriente, a começar pelos israelitas e os palestinianos, e os instigue a aliviar tantas aflições e a buscar um futuro de paz e estabilidade.

 

Que as armas cessem de ensanguentar a Líbia, onde, nas últimas semanas, começaram a morrer pessoas indefesas, e muitas famílias se viram forçadas a deixar as suas casas. Exorto as partes interessadas a optar pelo diálogo em vez da opressão, evitando que se reabram as feridas duma década de conflitos e instabilidade política.

Cristo Vivo conceda a sua paz a todo o amado continente africano, ainda cheio de tensões sociais, conflitos e, por vezes, extremismos violentos que deixam atrás de si insegurança, destruição e morte, especialmente no Burquina Faso, Mali, Níger, Nigéria e Camarões. Penso ainda no Sudão, que está a atravessar um período de incerteza política e onde espero que todas as instâncias possam ter voz e cada um se esforce por permitir ao país encontrar a liberdade, o desenvolvimento e o bem-estar, a que há muito aspira.

O Senhor ressuscitado acompanhe os esforços feitos pelas autoridades civis e religiosas do Sudão do Sul, sustentados pelos frutos do retiro espiritual que, há poucos dias, se realizou aqui no Vaticano. Que se abra uma nova página da história do país, na qual todos os componentes políticos, sociais e religiosos se empenhem ativamente em prol do bem comum e da reconciliação da nação.

 

Nesta Páscoa, encontre conforto a população das regiões orientais da Ucrânia, que continua a sofrer com o conflito ainda em curso. O Senhor encoraje as iniciativas humanitárias e as iniciativas destinadas a buscar uma paz duradoura.

 

Que a alegria da Ressurreição encha os corações de quem sofre as consequências de difíceis situações políticas e económicas, no continente americano. Penso de modo particular no povo venezuelano: em tanta gente sem as condições mínimas para levar uma vida digna e segura, por causa duma crise que perdura e se agrava. O Senhor conceda, a quantos têm responsabilidades políticas, trabalhar para pôr fim às injustiças sociais, abusos e violências e realizar passos concretos que permitam sanar as divisões e oferecer à população a ajuda de que necessita.

O Senhor ressuscitado oriente com a sua luz os esforços que estão a ser feitos na Nicarágua para se encontrar, o mais rápido possível, uma solução pacífica e negociada em benefício de todos os nicaraguenses.

 

Que, perante os inúmeros sofrimentos do nosso tempo, o Senhor da vida não nos encontre frios e indiferentes. Faça de nós construtores de pontes, não de muros. Ele, que nos dá a paz, faça cessar o barulho das armas, tanto nos contextos de guerra como nas nossas cidades, e inspire os líderes das nações a trabalhar para acabar com a corrida aos armamentos e com a difusão preocupante das armas, de modo especial nos países mais avançados economicamente. O Ressuscitado, que escancarou as portas do sepulcro, abra os nossos corações às necessidades dos indigentes, indefesos, pobres, desempregados, marginalizados, de quem bate à nossa porta à procura de pão, dum abrigo e do reconhecimento da sua dignidade.

Queridos irmãos e irmãs, Cristo vive! Ele é esperança e juventude para cada um de nós e para o mundo inteiro. Deixemo-nos renovar por Ele! Feliz Páscoa!

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Agência ECCLESIA

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