Santarém: Exposição Itinerante dá a conhecer vida e obra de Luiza Andaluz

Santarém, 22 out 2018 (Ecclesia) – A congregação das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima está a promover uma exposição itinerante dedicada à sua fundadora, Luiza Andaluz, com o título ‘Descobrir Luiza’.

Nos próximos meses, esta mostra pode ser visitada na Casa Madre Andaluz, em Santarém, mas o objetivo é que este projeto chegue a todo o país, “com uma linguagem acessível” e aberta aos mais variados públicos, a exemplo daquilo que tem caraterizado o trabalho desta congregação religiosa.

A irmã Mafalda Leitão recorda que “à porta” da congregação têm batido “pessoas cristãs mas também outras que não são cristãs” e nesse sentido a exposição deverá “ir para outros sítios que não sejam tão eclesiais”.

Esta responsável espera que este trabalho possa “chegar a esses contextos e ser uma forma de levar o Evangelho” aos outros, através de Luiza Andaluz.

“Uma figura que tão bem viveu” a sua fé e “por isso o Papa já lhe reconheceu as virtudes heróicas”, salientou.

O reconhecimento das virtudes heróicas de Luiza Andaluz (1877 – 1973), o primeiro passo para a beatificação, foi oficializado em decreto pelo Papa Francisco a 19 de dezembro de 2017.

Natural de Santarém, Luiza Andaluz destacou-se pela atenção aos mais pobres e carenciados, tendo por isso pensado em fundar uma congregação que pudesse corresponder “às necessidades de evangelização e dar continuidade às obras sociais de educação e promoção humana”.

Algo que concretizaria em 1923, com a fundação das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima, distribuídas atualmente por comunidades em Portugal, Bélgica, Brasil, Luxemburgo e Guiné-Bissau, e com delegações também em Angola e Moçambique.

A referida exposição percorre as divisões da Casa Madre Andaluz, em Santarém, onde está também o túmulo de Luiza Andaluz.

A congregação espera que a exposição, uma vez de regresso a “casa” e “enriquecida” pelo contacto com as populações, ajude a criar “um novo espaço de acolhimento da cultura e de espiritualidade”, repartido entre a Casa Madre Andaluz e a Fundação Andaluz, antigo Convento das Irmãs Capuchas, situado do outro lado da rua.

“Por isso quisémos montar a exposição no nosso espaço, na vida das irmãs e onde estão”, salientou a irmã Mafalda Leitão.

Na sala contíngua à cripta de Luiza Andaluz, esta mostra é enriquecida também com a projeção de um filme, de um “resumo sobre a vida de Luiza”, com “testemunhos que as pessoas têm dela”.

A exposição deverá estar “na estrada” durante os próximos anos, podendo ficar aberta ao público até 2023, data em que se cumpre o centenário da fundação da congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima.

A par deste projeto, a Casa Madre Abdaluz recebeu um colóquio sobre a vida e obra de Luiza Andaluz, numa parceria com o Museu Diocesano de Santarém e com o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI).

Para a diretora do SNBCI, Sandra Costa Saldanha, trata-se de “uma iniciativa exemplar a vários níveis”, a começar pela possibilidade do público contactar com “uma coleção de bens culturais reunidos por Luiza Andaluz ao longo dos anos, que era absolutamente desconhecida”.

“E esta abertura passa por convocar investigadores, várias personalidades de diversas áreas para a análise, para o estudo e para um conhecimento mais adequado e contextualizado destas obras de arte, que são, algumas delas, absolutamente surpreendentes e notáveis”, apontou aquela responsável.

Que destacou sobretudo o acervo divulgado nas áreas da escultura, da pintura e da ourivesaria, numa coleção que “vai desde o século XVI até à contemporaneidade”.

Do lado do Museu Diocesano de Santarém, Eva Raquel Neves, salientou a importância de ajudar, através da realização deste colóquio, a congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima a dar forma ao “grande projeto que as irmãs pretendem dinamizar em torno do seu património”.

SN/JCP

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Agência ECCLESIA

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