Iniciativas de Norte a Sul do país mostram sociedade civil cada vez mais desperta para drama humano 65.753 portugueses levantaram-se contra a pobreza “ultrapassando largamente os objectivos que tínhamos traçado para esta iniciativa”, afirma à Agência ECCLESIA Joana Pires, da equipa de coordenação da campanha Pobreza zero da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento. Organizações que não sendo ONG’s e não estando a trabalhar directamente com esta área – escolas, empresas, “muitas igrejas, se mobilizaram para protestar”, aponta Joana Pires. Esta é uma “grande conclusão que tiramos desta iniciativa”, aponta, mostrando que a sociedade está “cada vez mais desperta para a pobreza”. Esta responsável aponta muitas escolas, famílias, agrupamentos, colégios “inteiros”. O dia serve para assinalar e reflectir a existência de um “flagelo que actualmente não faz sentido existir”. Chegar a este resultado “é o somar de um trabalho diário de vários anos”, aponta, junto de pessoas que sem intervenção directa “são activistas, sentem a necessidade de lutar contra as injustiças e fazem-no individualmente”. O salto de 2006 para este ano, foi de mais de 40 mil pessoas. O principal, aponta Joana Pires, é o trabalho de informação e sensibilização. “As pessoas reagem facilmente às mensagens mas precisam de informação de qualidade”, sendo a parte mais difícil a investigação. É necessário descobrir números, os porquês e para isso “têm sido imprescindíveis os estudos lançados pelo INE, por universidades, que posteriormente são veiculados por ONG’s através de “frases de sensibilização de forma a passar para a população”, aponta. Os mobilizadores que se concentraram para o Levanta-te e que se registaram de Norte a Sul do país, “têm muita vontade de trabalhar, talvez lhes faltem ferramentas”, e a Oikos pretende dar continuidade a esse trabalho. O dia 17 teve como imperativo Levanta-te. “Continua é o verbo de ordem para hoje. Continua a protestar, a pedir, a lutar”.