25 de Abril: «Este dia deve ser para cada cristão a seara onde se cultivam os valores do sermão da montanha», disse presidente da Comissão Justiça e Paz da Angra

Padre José Júlio Rocha afirma que só com a democracia podem «ter liberdade, progresso e desenvolvimento»

Foto Igreja Açores/TO

Angra do Heroísmo, Açores, 26 abr 2024 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana Justiça e Paz da Angra assinalou os 50 anos do 25 de abril com uma Missa, “comemorar os dias importa sempre porque com o passar dos anos a memória pode atraiçoar”, na igreja mais nova da cidade de Angra.

“Este dia deve ser para cada cristão, individualmente, em família ou em grupo, onde quer que esteja, a seara onde se cultivam os valores do sermão da montanha e a tradução prática daquilo que tão bem conhecemos como obras de Misericórdia”, disse o presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Angra, esta quinta-feira, dia 25 de abril, informa o portal online ‘Igreja Açores’.

Este organismo laical da Igreja Católica na Diocese de Angra assinalou os 50 anos do 25 de Abril, na igreja de Santa Luzia, a igreja mais nova da cidade de Angra do Heroísmo, que celebrou o 25º aniversário.

“Trazer à lembrança dos olhos e dos ouvidos o que eram e como eram os dias de antes e foram os dias depois desta data da primavera de há 50 anos é relevante e vale a pena”, acrescentou Francisco Maduro Dias.

Segundo este responsável diocesano, a manhã do 25 de abril de 1974 permitiu “abrir páginas novas na vida de cada um”, e salientou a importância de “comemorar os dias sempre” porque com o passar dos anos “a memória pode atraiçoar-nos”

“O 25 de abril de 1974 foi mais um passo na humanidade que nos é mais próxima e no caminho para a tal irmandade e fraternidade que todos desejamos”, explicou, realçando que a democracia exige “cuidado e desvelo”.

A celebração foi presidida pelo assistente diocesano da Comissão Justiça e Paz de Angra que afirmou que “não há regimes perfeitos”, e a democracia, “não sendo perfeita”, é o único sistema que “garante a liberdade e os valores da Doutrina Social da Igreja”.

“Toda a democracia tem de passar o deserto: das crises, da insegurança, da corrupção”, indicou o padre José Júlio Rocha, acrescentando que só com a democracia podem ter “liberdade, progresso e desenvolvimento”.

“Não voltemos atrás, sejamos construtores de paz e de tolerância”, acrescentou o sacerdote, observando que “viver em democracia sem responsabilidade é uma libertinagem”.

A partir da liturgia da celebração, o padre José Júlio Rocha referiu-se aos dias de hoje e ao povo de Israel quando foi libertado do jugo egípcio, que preferia “a segurança da escravidão” aos “desafios constantes da liberdade”: “A liberdade não é gratuita, custa e custa muito; é porventura o maior desafio do ser humano mas vale a pena”.

A Missa promovida pela Comissão Justiça e Paz da Diocese de Angra para assinalar os ‘50 anos do 25 de abril’ celebrou-se “de uma forma discreta, sem cânticos, primando pela reflexão sobre os desafios da liberdade e da democracia”, informa o portal online diocesano ‘Igreja Açores’.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou uma Nota Pastoral na comemoração dos cinquenta anos do “25 de Abril”, onde reconhecem “tudo quanto se conseguiu de positivo no Portugal democrático” e alertam para intenções que “continuam a reclamar nos dias de hoje”.

CB

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Agência ECCLESIA

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