Às 10 horas desta manhã, a petição contra a pobreza promovida pela Comissão Nacional Justiça e Paz, dava entrada na Assembleia da República. A CNJP entregou nas mãos do Presidente do órgão de soberania, Jaime Gama e do representante da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Osvaldo Castro, cerca de 23 mil assinaturas. A legislação indica agora, que a petição deverá ser levada a plenário na Assembleia da República, “uma vez que ultrapassa o limite estabelecido de assinaturas pedidas”. Haverá posterior debate por parte das bancadas parlamentares para se pronunciarem sobre esta questão e só depois o assunto será tratado com maior profundidade pela respectiva Comissão. A CNJP está “inteiramente disponível para colaborar no esclarecimento e tornar o debate mais profundo”, assinala Manuela Silva à Agência ECCLESIA. A pobreza é um “problema vasto e demasiado importante, não só em Portugal, mas há escala mundial, para ser abordado apenas num dia por ano”, lembra a Presidente da CNJP. Mais de 20 organizações se quiseram associar à recolha das assinaturas, “sendo este “um sinal de esperança”, pois evidencia um sinal de compromisso de luta contra a pobreza. Organizações que trabalham 365 dias por ano contra a pobreza, “e não apenas um dia, a lembrar que a pobreza existe e que é importante erradicá-la”. “Na última década, no nosso país têm surgido muitas organizações que têm um contributo e mostram que a sociedade civil começa a despertar para este problema e a querer envolver-se na resolução”, enaltece. Importa também sublinhar as boas práticas que já existem. “Se é verdade que para muitas pessoas a pobreza é uma realidade persistente”, importa também lembrar que um estudo indicou que 50% da população que em 1997 estava em situação de pobreza, “deixaram de estar cinco anos mais tarde. É sinal que é possível sair da pobreza”. Falta questionar “quais os instrumentos e potencialidades que os pobres têm para ultrapassar a barreira”, aponta a Presidente da CNJP.