2013: Visita do Papa a Lampedusa foi «determinante e simbólica» para os problemas dos refugiados no mundo

A forma como a Europa recebe «é uma vergonha», diz diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados

Lisboa, 30 dez 2013 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados André Costa Jorge acredita que a visita do Papa Francisco a Lampedusa foi “determinante e simbólica” porque chamou a atenção para o problema dos refugiados no mundo.

“A visita de Francisco a Lampedusa foi determinante e tem uma dimensão simbólica porque representa muitos outros locais, tanto a sul como a leste da Europa, e alertou os dirigentes europeus e a opinião pública para a forma como se tem ignorado o sofrimento de milhares de homens, mulheres e crianças que arriscam tudo para salvar a vida”, refere André Costa Jorge em declarações à Agência ECCLESIA.

A missão do Serviço Jesuíta aos Refugiados é acompanhar, servir e defender os migrantes, os refugiados e as pessoas deslocadas dos seus países de origem, pretendendo com o seu trabalho “ser um sinal da Igreja para o mundo na defesa dos refugiados”, sendo por isso “muito compensador” ver que a primeira visita do Papa foi a Lampedusa, uma ilha em Itália “onde todos os dias chegam centenas de refugiados que tentam entrar na Europa”, refere André Costa Jorge.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados pede que “não se ignorem os milhares e milhares de pessoas que estão às portas da Europa a pedir refúgio” porque acolher “cada homem, cada mulher, cada criança refugiada” é acolher “também Cristo”.

“Jesus também foi refugiado, porque teve de fugir perseguido e também não foi acolhido em terra estranha e por isso este acolhimento é uma mensagem cristã, uma mensagem também para homens de boa vontade, para a humanidade inteira”, afirmou André Costa Jorge.

Para o diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados “a igreja pobre e para os pobres” de que o Papa Francisco fala “é um caminho que tem e deve ser feito com todos, focados naqueles que estão em grande sofrimento”, entre eles os refugiados.

André Costa Jorge afirma que a forma como os refugiados são recebidos atualmente na Europa “é uma vergonha” que deve ser repensada pelos governos para que existam “respostas reais que não levantem monstros, fantasmas e medos que não correspondem à realidade”.

“A Europa e os europeus têm gasto mais dinheiro e recursos nas áreas de segurança e na restrição da entrada de emigrantes a nível militar e de vigilância do que em ações que salvem as vidas dos refugiados”, lamenta o diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados.

“Não se pode preferir uma lógica securitária a uma lógica humanitária, no critério de valores tem de estar aquele que sofre, aquele que está prostrado no chão, aquele que está coberto de sangue a quem se tem de dar a mão sem ter medo” e as palavras do Papa sobre este tema revelam-se “como um sinal fortíssimo e um alerta para toda a sociedade”, conclui André Jorge Costa.

MD/PR

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