10 de junho: Portugueses são solidários mas precisam de criar laços fraternos

Presidente da Comunidade Vida e Paz destaca trabalho diário e consistente de centenas de voluntários

Lisboa, 10 jun 2013 (Ecclesia) – O presidente da Comunidade Vida e Paz, Henrique Joaquim, considera que os portugueses são pessoas “solidárias” mas que os laços de fraternidade “que implicam uma relação” poderiam ser “mais fortes”.

“Sem a solidariedade de um grupo muito significativo de pessoas que regularmente trabalham connosco e de outros que pontualmente vai ajudando a comunidade, este trabalho não seria possível. Essa solidariedade é real, diária e muito consistente”, explica o presidente desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), numa entrevista à Agência ECCLESIA, no contexto das celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

A equipa de 600 voluntários que trabalha na ajuda às pessoas sem-abrigo, garantindo “gratuitamente, todas as noites do ano, as rondas que propõem uma vida diferente”, e “os donativos de quem escreve a pedir desculpa por não poder dar mais do que cinco ou 10 euros” são sinais dessa solidariedade.

Para Henrique Joaquim “não se nasce solidário”, mas é possível “educar e trabalhar para a solidariedade” e dá como exemplo uma criança de quatro anos, cujos pais emigraram e perguntaram ao seu filho o que queria fazer com o dinheiro que tinha no mealheiro.

“Essa criança veio ter comigo à sede, à minha frente partiu o mealheiro e deu o seu dinheiro, não sei quanto, à instituição. Essa mesma criança que com dois anos, pegou num cachecol e deu-o à sua educadora para ela o oferecer às pessoas sem-abrigo que ajudava”, relata.

O responsável recorda sinais “reais” que fazem “alimentar a esperança” mas que poderiam ser mais “potenciados” apostando no estreitamento de laços com os voluntários e benfeitores.

A Comunidade Vida e Paz quer “desafiar positivamente” alguns colaborares para “assumirem outras responsabilidades dentro da instituição” potenciando dessa forma um “maior envolvimento”.

Esta IPSS que trabalha com pessoas sem-abrigo está também a desafiar algumas empresas a uma aproximação e ajuda: “Estamos a propor que um grupo de empregados venha ajudar na preparação das ceias, possa usar o espaço para um jantar convívio promovido pela própria empresa e posteriormente integre as rondas da noite; nós apenas oferecemos a oportunidade de a empresa ser gratuita com a sociedade”.

A iniciativa já foi concretizada tendo como resultado acrescido a “manutenção da relação dos colaboradores com a Comunidade Vida e Paz”, explica Henrique Joaquim.

Desta forma sociedade civil e instituições sociais estão a promover “compromisso, envolvimento, solidariedade, que são elementos de coesão social” que não podem ser esquecidos mas antes “valorizados pelo Estado”.

LS

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