1.º de Maio: Crise afetou relação entre empregadores e trabalhadores

Liga Operária Católica destaca intervenções do Papa em defesa da dignidade do trabalho

Lisboa, 01 mai 2015 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Católicos (LOC/MTC) em Portugal considera que crise económica “afetou” a relação entre empregador e trabalhador e observa que a Doutrina Social da Igreja pode “inspirar a vida das empresas”.

“Os princípios cristãos e a Doutrina Social da Igreja podem inspirar a vida das empresas se forem mais divulgados, valorizados e interiorizados principalmente pelos empregadores e gestores”, analisa António Martins, pela equipa executiva da LOC/MTC.

Na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicado ao Dia do Trabalhador, explica que se for dado “mais valor” às pessoas do que às “máquinas e ao capital” a função social das empresas vai ser uma “realidade e a sua missão será cumprida” gerando justiça e equidade e o “bem-estar de todos” os intervenientes.

A organização considera que a atenção do Papa Francisco aos assuntos laborais “ajudam e incentivam” a sua ação.

“Temos sentido que a nossa missão como cristãos no mundo do trabalho se identifica com o seu entendimento de missão da Igreja Católica junto dos trabalhadores, dos pobres e dos mais desfavorecidos”, acrescenta António Martins.

Com esta atenção do Papa, os movimentos de trabalhadores sentem “ânimo” em continuar comprometidos a “testemunhar e promover” os valores e os princípios da “dignidade humana, da unidade, da fraternidade, da solidariedade, da justiça e da valorização do trabalho”.

A LOC/MTC alerta que a atual crise económica afetou a relação entre empregador e trabalhador porque promoveu a “desvalorização do trabalho e da contratação coletiva, a destruição de postos de trabalho” e consequentemente a “pobreza”.

Neste sentido, alertam que em muitos contextos os trabalhadores não conhecem a entidade patronal e são “meros prestadores de serviços”, exemplificando com a realidade dos “recibos verdes e com as empresas de trabalho temporário”.

No Dia do Trabalhador, a organização católica denuncia também os casos em que os funcionários são “obrigados a assinar novos contratos”, dentro da mesma empresa, porque “têm medo de perder os seus postos de trabalho” e acabam por perder “direitos e a confiança nos empregadores”.

“É notório o aproveitamento da situação para explorar os mais frágeis e vulneráveis, que perante as dificuldades veem-se impotentes para se defenderem”, frisa a equipa executiva da LOC/MTC.

A organização católica considera que existem “boas práticas” empresariais, são poucas mas “devem ser mais divulgadas” para servir de “exemplo” e até para “satisfação dos trabalhadores”.

“Há estudos que revelam que os trabalhadores motivados atingem melhores resultados”, observa, explicando que entendem “boas práticas” quando a empresa “respeita e aplica” a legislação, reconhece os direitos e é um “meio facilitador da vida e da dignidade” dos seus funcionários.

Segundo a LOC/MTC, a precariedade laboral não é uma condição para a sustentabilidade das empresas e só prejudica uma vez que a “produtividade necessária” só é possível com uma “participação estável e satisfatória dos trabalhadores”.

CB/OC

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