Zimbabué: Bispos pedem nova Constituição «inspirada pelo povo»

Uma nova Constituição “inspirada pelo povo” para que o país saia da crise política, económica e social é o que pedem os Bispos de Zimbabué, numa carta que será divulgada para todas as paróquias do país no dia 1 de Abril, Domingo de Ramos. A nova Constituição solicitada pela Conferência Episcopal deverá permitir a realização de eleições livres e transparentes. Na carta, destaca-se que a crise de Zimbabué é “uma crise de governo e de liderança, além de ser uma crise espiritual e moral”. A necessidade de adoptar uma nova Constituição foi também sublinhada num documento apresentado em Outubro de 2006 pelas principais confissões cristãs, entre as quais a católica. No documento, intitulado “O Zimbabué que queremos”, recorda-se que a actual Constituição remonta ao período do fim da colonização, quando a antiga Rodésia, dominada pela elite de origem europeia, tornou-se o actual Zimbabué. “A nossa Constituição não deriva do consenso colectivo ou do consenso da população do país. O seu principal objectivo era facilitar a transferência de poder da minoria dos colonizadores para a maioria dos nativos. A falta de uma Constituição própria é fonte de um profundo descontentamento em diversas partes da nossa sociedade”. Na carta, os Bispos denunciam também a repressão policial levada a cabo pelo governo. “Quando os sofrimentos da população se fazem sentir, o Estado responde com uma opressão ainda maior, com prisões, detenções, interdições, violência e torturas”. A 28 de Março foi detido, pela segunda vez, Morgan Tsvangirai, líder do principal partido de oposição, o Movimento para a Transformação Democrática (MCD), tendo sido libertado pouco depois. Até agora, os países africanos demonstraram-se prudentes em condenar publicamente as violações dos direitos humanos cometidas pelo governo de Zimbabué. Posição diferente assumem os Estados ocidentais, em particular os pertencentes à Commonwealth. A Austrália anunciou uma campanha “vigorosa” para apoiar a luta dos cidadãos de Zimbabué contra o Presidente Robert Mugabe. Foi constituído um fundo especial para aliviar as consequências da crise económica do país. Com Agência Fides

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