D. António Carrilho lembra situações de fome e pobreza, apelando à partilha de bens e do tempo de cada um D. António Carrilho, Bispo do Funchal, utiliza pela primeira vez o YouTube, canal de vídeo mais popular da Internet, para publicar a sua Mensagem de Quaresma, na qual denuncia situações “de pobreza, fome, indigência e sofrimento”. “Fazer uma caminhada quaresmal autêntica é, também, partilhar alegre e generosamente o nosso tempo: visitar os doentes, consolar os tristes, animar os que vacilam e testemunhar a esperança, onde o desamor, a solidão e a tristeza se instalaram”, indica. O prelado começa por falar na oração, destacando a sua importância “num mundo, onde predominam o ruído e uma vida artificial”. “A experiência de silêncio e de deserto, ajudam-nos a purificar a memória, a descer à profundidade do ser, a pacificar-nos e a mergulhar no mistério vivo do Amor de Cristo e dos irmãos”, acrescenta. Em relação ao jejum, que este ano é o centro da mensagem de Bento XVI para a Quaresma, cita-se o Papa para afirmar que “o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos”. “A Igreja, fiel a Deus e ao homem, não pode ficar indiferente perante as situações gritantes de pobreza, fome, indigência e sofrimento, de uma grande parte da família humana, longe de nós e bem perto de nós”, aponta. O último ponto refere-se à esmola, com D. António Carrilho defende que “a caridade é abertura do coração e solidariedade para quem está privado de alimentos, de meios económicos, de bens culturais e de progresso”. “Somos chamados a ser o Rosto da misericórdia de Cristo, junto dos irmãos mais necessitados, que solicitam a nossa ajuda de bens materiais e espirituais”, prossegue. Renúncia Quaresmal A Diocese do Funchal destina metade da renúncia quaresmal deste ano para apoiar um projecto de ajuda humanitária da Diocese de Lichinga (Moçambique), para as vítimas das recentes cheias, reservando a outra parte para um Fundo Social Diocesano. Conforme é costume, as ofertas desta renúncia dos fiéis serão recolhidas em todas as igrejas e capelas, nos ofertórios das Missas de Sábado e Domingo de Ramos. Ontem, na celebração de Cinzas, D. António Carrilho disse aos fiéis presentes na Catedral do Funchal que o Fundo Social tem em vista “uma ajuda mais eficaz às situações de pobreza real, muitas vezes envergonhada, que algumas instituições da Igreja bem conhecem, por exercerem a sua actividade numa relação muito próxima e personalizada”. O Bispo do Funchal frisou que a caridade é uma forma de “abertura do coração e solidariedade para quem está privado de alimentos, de meios económicos, de bens culturais e de progresso”, apelando a uma prática “discreta e alegre”. Notícias relacionadas Homilia de D. António Carrilho na Missa de Quarta-Feira de Cinzas