Gonçalo Cadilhe considera-se um “viajante profissional”, mas não esquece as suas raízes nem os diversos trilhos que fazem parte da sua história. Natural da Figueira da Foz, este cidadão português e do mundo entrou para o Corpo Nacional de Escutas (CNE) em 1976. “Tinha 8 anos” e manteve-se “até ao 16 anos de forma convicta e regular”, disse à Agência ECCLESIA o escritor e viajante.
Por “falta de tempo disponível” afastou-se do agrupamento que o viu nascer lobito, mas “dois ou três anos depois” regressou – “num regime de part-time” – para liderar os lobitos nos acampamentos.
A estudar gestão de empresas na Universidade Católica do Porto, curso que terminou em 1992, Gonçalo Cadilhe manteve-se no escutismo até à conclusão da licenciatura. Optou pela “vida de viagens” e caminhar pelo mundo na descoberta de novas realidades. Essa escolha, obrigou-o a dizer adeus ao escutismo, mas não esquece “os bons momentos” passados com os colegas e afirma de forma convicta: “Sentimentalmente estou ligado”.
Este cidadão português e do mundo, nascido em 1968, diz que está “sempre disponível” para ajudar quando é solicitado porque, “emocionalmente” está agradecido a tudo o que o escutismo lhe proporcionou na vida.
Considera que a pertença ao Corpo Nacional de Escutas lhe abriu os “horizontes” e lhe proporcionou o “gosto pela aventura”, revelou.
Este “viajante profissional” segue projetos específicos – “literários ou documentais para a televisão” – e não utiliza muito os conhecimentos adquiridos no escutismo. Já dormiu na rua e essa situação tornou-se mais fácil “devido ao espírito de adaptação” adquirido nos acampamentos nos tempos de escuteiro.
Com vários livros publicados e documentários de viagens para a RTP2, o escutismo – realça Gonçalo Cadilhe – despertou “a curiosidade pelos outros lugares e pela viagem”.
No diálogo, recorda os tempos que passou com os colegas nos acampamentos e sublinha que quando se afastou do escutismo tinha “um número de noites de campo apreciável”.
Já passaram alguns anos, mas o ideal escutista não está esquecido visto que costuma dizer que a “viagem mais excitante” que teve foram “os primeiros acampamentos”.
Com 8 anos, ir acampar a 30 quilómetros da casa dos pais “mexeu mais comigo” do que “aos 36 anos atravessar o Afeganistão”.
Entrar para os escuteiros na década de 70, “numa época com poucas modalidades”, desenvolveu-lhe “a curiosidade pelo mundo” e a “sorte de, ao longo da vida, ir alimentando essa chama”, frisou o escritor.
Durante o seu percurso escutista, Gonçalo Cadilhe recorda também um acampamento nacional e um acampamento regional. E deixa um conselho: “Quanto mais cedo se entrar nos escuteiros melhor”.
LFS