XVII Congresso de Estudos de Teologia: A bondade como estilo de vida

Nos passados dias 22 e 23 de Maio, realizou-se o XVII Congresso de Estudos de Teologia promovido pela Associação de Estudantes de Teologia de Coimbra. Este ano tomou-se como desafio reflectir «A bondade como estilo de vida».

O objectivo foi abordar o transcendental da bondade na linha de uma teologia do pobre e de uma teologia kenótica. Na verdade, tomando como percursores o Pe. Dr. Luís Lopes de Melo, o Pe. Américo, Maria Carolina de Sousa Gomes, ou mesmo o Mons. A. Nunes Pereira, quisemos contemplar (para que O possamos imitar) Deus que Se abaixa, até ao ponto de tomar o rosto dos mais pobres e marginalizados, fazendo renascer no mais íntimo dos seus corações um olhar de esperança.

Começámos por uma conferência, proferida pelo Dr. Pedro Duarte Carreira, que abordou «O Homem como imagem pálida da bondade de Deus». A reflexão levou-nos a reflectir o Homem à imagem de Deus e, por isso, em busca de perfeição. Nessa busca, surge a bondade como verdadeiro caminho de realização e “ponto arquimédico” da perfectibilidade humana.

Numa segunda conferência, proferida pelo Pe. Doutor Júlio Franclim Pacheco, agora sobre a bondade na Sagrada Escritura, pudémos redescobrir a experiência fundante do povo bíblico (a bondade daquele Deus cujas entranhas se revolvem por amor), ao mesmo tempo que nós mesmos conhecemos melhor Aquele que não teme o perigo de ser tocado por nós, enfermos e doentes que somos.

Ao final do primeiro dia, o concerto proporcionado pelo grupo Ançãble, fez-nos rezar pela música e ilustrou bem de que é feita a músicra sacra antiga e contemporânea.

O segundo dia de reflexão foi marcado pela presença do Pe. Doutor José Román Flecha, que proferiu duas conferências. Jesus Cristo: o rosto da bondade foi o mote para que aprofundasse o panorama pós-moderno onde, muitas vezes, não importa ser “bom”, mas antes a transgressão pura e simples dos valores éticos, que leva a um pecado estrutural, assinalado pela teologia da libertação. Jesus Cristo faz do calvário uma nova “sarça ardente” onde a bondade já não se resume a uma lei, mas se traduz no amor ao próximo e em reviver com Cristo. A Igreja: mãe de bondade traduz o desafio da Igreja hoje. De facto, o ícone do Bom Samaritano exige que o cristão se aproxime do necessitado com o coração, tomando-o como própria responsabilidade e como caminho de encontro com Deus. Ficou, por fim, o desafio a encontrar formas criativas de bondade.

O encerramento do Congresso coube ao Sr. Bispo D. Albino Mamede Cleto, com a celebração da Eucaristia, memória da bondade.

Foi, de facto, oportunidade rica para toda a diocese, no final de um ano paulino, responder à exortação de S. Paulo que insistentemente lembrava que não se esquecessem os pobres: “Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza” (2 Cor 8, 9).

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