Voz(es) da Igreja perante a crise (com vídeo)

O agudizar da crise social e económica, com o peso das medidas de austeridade tomadas e anunciadas pelos governantes do país, tem feito com que de muitos quadrantes surjam pedidos para que a voz da Igreja se faça ouvir.

Na abertura da assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga lembrou os actuais “tempos de crise” e as “duras medidas de austeridade”.

“Apelamos às instâncias governativas para que as classes mais desfavorecidas sejam menos penalizadas e mais ajudadas”, declarou.

José Domingues Rodrigues, vice-Coordenador Nacional da LOC/MTC, escreve na última edição do semanário Agência ECCLESIA que “não nos podemos calar face aos senhores que governam e aos que têm o poder, que continuam a fazer o que querem. É preciso reorganizar a sociedade, para que as assimetrias sejam diminuídas e os meios existentes sejam melhores distribuídos”.

[[v,d,1608,Propostas da Doutrina Social da Igreja na análise de bispos, economistas e empresários.]]“Os cristãos têm deveres acrescidos na defesa de uma sociedade mais justa, a começar pela família como escola de valores. A degradação social leva à desagregação das famílias e os desequilíbrios sociais são ainda maiores”, alerta.

A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) lançou recentemente o «Fundo Bem Comum» para promover e apoiar projectos empresariais de desempregados ou pré-reformados com mais de 40 anos.

Para Jorge Líbano Monteiro, membro da Associação, “uma das chaves da questão social em Portugal passa definitivamente pela capacidade e acção dos líderes, empresariais e de organizações. Pela coragem de assumiram um papel de firmeza e generosidade na defesa dos seus colaboradores nos próximos anos”.

Manuela Silva, economista e antiga presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, diz ao programa «70×7» que as soluções passam por “alternativas ao modelo que está criado”, assente na ideia de “um crescimento económico a qualquer preço”, o que só por si “não traz necessariamente desenvolvimento, correcção das desigualdade, coesão social”.

“Os cristãos têm, com certeza, razões da sua fé que lhes dão motivação para o empenhamento cívico e político, de responsabilidade, que privilegie a defesa da dignidade da pessoa, valores de igualdade, de solidariedade e de comunhão”, acrescenta.

Marcelo Rebelo de Sousa assinala, por seu, lado que “se cada um de nós se privar daquilo que não é verdadeiramente essencial”, olhando para os próximos e as suas carências, isso “repõe a justiça social que, de alguma maneira, é mais agredida nas situações de crise”.

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