Voluntariado: Fundação João XXIII trabalha há 20 anos no desenvolvimento da Guiné-Bissau

Sedeada na região oeste de Lisboa, esta estrutura não tem apoios financeiros, contando apenas com a generosidade das pessoas

Lisboa, 27 jul 2011 (Ecclesia) – Jacinto Filipe é um dos muitos voluntários que a Fundação João XXIII, situada na zona rural da diocese de Lisboa, tem enviado ao longo dos últimos 20 anos para a Guiné-Bissau, integrados em projetos missionários.

Em entrevista ao Programa da Igreja Católica desta segunda-feira, na Antena 1, o atual tesoureiro daquela instituição de solidariedade social recorda um caminho que “começou quase por brincadeira”, no meio de um grupo de amigos, mas que iria marcar a sua vida para sempre.

“Costumávamos fazer férias em conjunto, íamos de carrinha até à Europa, conhecer alguns países, e lembrámo-nos de ir até África, mas fazer algum trabalho voluntário, não ir só lá como turistas”, conta o leigo missionário.

Nessa altura, em 1990, a vontade de ajudar levou-os até à paróquia de Nossa Senhora da Candelária, na diocese de Bissau, onde trabalharam durante 15 dias na reconstrução do bairro de São Vicente Paulo, em Santa Luzia.

Um ano depois da Fundação João XXIII ter sido formalmente constituída, em 1992, surgiu outro projeto, desta vez para a paróquia de Bandim, na mesma região guineense, com o intuito de apoiar a criação de uma cooperativa escolar.

A pouco e pouco, a ligação entre as duas partes foi crescendo, e hoje em dia já é possível encontrar naquele território lusófono uma cooperativa agrícola, um centro social, uma rádio, um centro maternoinfantil e uma escola comunitária.

[[a,d,2241,emissão (25-07-2011) ]]

“Eles são autónomos, às vezes contactam-nos, dizem-nos o que é que precisam, se podemos colaborar ou não, e nós pagamos um telhado, arranjamos um carro ou fornecemos o cimento”, explica Jacinto Filipe.

Tratando-se de um organismo sem rendimentos próprios, a Fundação depende essencialmente da generosidade das pessoas da região Oeste.

Mas apesar da disponibilidade financeira não ser muita, não há lugar a frustrações, pois o que importa é “fazer alguma coisa” pelos outros e “aprender” com as experiências que se vão vivendo.

Ao longo das últimas duas décadas, foram muitas as histórias que ficaram na memória daquele voluntário, especialmente uma em que ajudou a salvar a vida a uma jovem guineense, a braços com uma gravidez de risco e sem dinheiro para fazer face às despesas.

“Ela não sabe onde é que o filho morreu mas nós salvámo-la. Isto muda completamente a nossa vida, a gente não salva o mundo mas salvar uma vida não tem preço”, conclui.

 

PRE/JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top