Voluntariado: Experiências pontuais e inéditas precisam de sistematização

Crise não tem afetado ano europeu dedicado a esta realidade

Lisboa, 12 jul 2011 (Ecclesia) – A presidente do Ano Europeu do Voluntariado (AEV) em Portugal, Fernanda Freitas, adiantou hoje que têm surgido no país “experiências interessantes” de mobilização de grupos unidos por “uma causa”.

Limpar uma extensão de areia ou de mata, reflorestar zonas do país ou recuperar painéis de azulejos são alguns dos exemplos dados por esta responsável, num texto publicado na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA.

“Apesar de existirem diferentes definições (e até tradições!) à volta do tema, certo é que, seja onde for, os voluntários trabalham todos em prol dos outros, em prol da sociedade. Com o voluntariado, todos ficam a ganhar”, assinala.

Para Fernanda Freitas, após o AEV é necessário “sistematizar esta ajuda” e “formalizá-la num contexto de compromisso”.

“Mais importante do que fazer muito e muitas vezes, é fazer bem feito e regularmente”, aponta.

Eugénio Fonseca, presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado, indica, por seu lado, que “o contexto de crise económica e social que está a assolar a Europa, em especial, Portugal”, tem sido “favorável ao envolvimento dos cidadãos nas causas públicas, dando um significado muito preciso à importância do voluntariado na implementação de um progresso sustentável”.

“Importa, todavia, que estas condições propícias não desapareçam com a superação da crise nem tão pouco quando 2011 chegar ao fim”, alerta.

Já Cristina Louro, vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, defende a importância dos “voluntários qualificados” e diz mesmo aceitar o termo “profissionalização”.

“Se estou a «full-time» na Cruz Vermelha, não sou paga, mas sou profissional. O voluntário prolonga e complementa o trabalho do profissional, mas quando o profissional não está, ele tem de o fazer com qualidade. Se tal não acontecer, o voluntário pode estragar todo o trabalho que o profissional fez até àquele momento”, precisa.

Sofia Lopes, da Fundação Evangelização e Culturas (FEC), destaca a realidade do voluntariado missionário, que em 2010 levou 360 jovens a países em desenvolvimento, sendo que a grande maioria tinha entre 18 e 25 anos.

“O voluntariado em si é uma oportunidade de contribuir para um mundo mais justo, colmatando necessidades da sociedade, quando as instituições e as comunidades não têm capacidade de resposta devido à falta de recursos financeiros, falta de vontade política”, aponta.

Para esta responsável, o voluntariado missionário, em particular, “é relevante, tanto para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens de hoje, quanto para o fomento do voluntariado no seio da Igreja”.

OC

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