D. Virgílio Antunes defende uma presença mais efetiva e continuada da Igreja junto das famílias e a aposta numa linguagem «inovadora»
Coimbra, 21 jun 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios (CEVM) sustenta que a falta de adesão à Vida Consagrada só poderá ser contrariada através de uma ação pastoral “mais abrangente” da Igreja, junto das comunidades.
Numa entrevista ao programa ECCLESIA, D. Virgílio Antunes reconhece que a crise de vocações sacerdotais e religiosas “é acentuada em todas as dioceses”, muito por culpa da ausência de uma “cultura de fé” no meio da sociedade.
Tratar o problema, aponta o prelado, implica antes de mais uma presença contínua da Igreja junto das famílias, que são “um ponto fulcral do trabalho da formação da fé, uma vez que não há vocação sem uma fé assumida”.
Por outro lado, é preciso ajudar os pais a educarem “crianças, adolescentes e jovens” para uma vida baseada “na cultura do dom, da generosidade, da atenção aos outros, sem a qual também não há vocação específica na Igreja”, acrescenta.
D. Virgílio Antunes, que assumiu há cerca de um ano a presidência da CEVM, em paralelo com a missão de bispo na Diocese de Coimbra, está determinado a transformar as vocações num tema social recorrente, quebrando a rotina instalada no setor.
“Sem dúvida que é um objetivo mas sabemos que há ações pontuais que acabam por galvanizar mais as pessoas e a Igreja, de uma forma concreta”, admite o prelado, referindo-se a iniciativas como “a semana dos seminários”, voltada para as vocações sacerdotais, e “a semana da vida consagrada”, organizada pelos Institutos Religiosos.
Uma das principais prioridades da CEVM, segundo o bispo conimbricense, irá continuar a passar pelo “investimento na Semana das Vocações”, privilegiando sobretudo “a apresentação de conteúdos de uma forma nova e inovadora”.
“A Comissão deve ao menos manter bem viva esta consciência de que a Igreja precisa de uma cultura vocacional, em todas as suas áreas e dimensões, porque se estiver muito dividida ou setorizada, não existirão vocações concretas”, sublinha.
[[a,d,3211,Emissão 17-06-2012]]
Outra das metas será o apoio ao diaconado permanente, que para D. Virgílio Antunes está a ser “um instrumento muito válido de renovação das comunidades cristãs, de anúncio da Palavra, de exercício da caridade, de acompanhamento na catequese e na área da administração da própria Igreja”.
O antigo formador e reitor do Seminário de Leiria fala ainda sobre a importância de aproveitar o Ano da Fé, que o Papa Bento XVI irá inaugurar em outubro, para ajudar os presbíteros a aprofundarem melhor a natureza do seu compromisso com Deus.
Nesse sentido, a CEVM está a preparar para o início de setembro um “simpósio do clero”, em Fátima, que terá como título “Padre, Homem de fé, do Mistério ao Ministério”.
Excertos da entrevista a D. Virgílio Antunes foram transmitidos no programa ECCLESIA do último domingo, na Antena 1.
PRE/JCP