Viseu: Um «ambiente seguro, que inspire confiança» na catequese é prioridade do Secretariado da Educação Cristã

Abel Dias assinala que ano letivo começar primeiro «é uma vantagem» para Igreja iniciar as sessões de catequese

Viseu, 18 set 2020 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado da Educação Cristã de Viseu afirma que o contexto da pandemia Covid-19 “ainda o torna mais desafiante” a catequese e a diocese está a preparar o seu início “preocupada por seguir à regra as indicações de saúde”.

“Que os nossos espaços de catequese sejam seguros, que deem confiança, que as pessoas não tenham medo de trazer os educandos para a sessão de catequese”, disse Abel Dias em declarações à Agência ECCLESIA.

Para o novo diretor do Secretariado da Educação Cristã da Diocese de Viseu, que foi nomeado em agosto, esta confiança e segurança “vai exigir” da Igreja “uma grande necessidade de reorganizar”, de reinventar os espaços, “as formas, os encontros e a primeira palavra é ambiente seguro, que inspire confiança”.

“O segundo desafio é que os pais sintam necessidade de ter o encontro presencial. O maior ataque que a pandemia fez à Igreja foi atacar a comunidade”, acrescentou Abel Dias, que considera um desafio “fazer com que os pais se envolvam mais na catequese, que acompanhem os filhos”.

O entrevistado contextualizou que para os católicos “a comunidade é muito importante”, é onde se juntam “para celebrar, para rezar, para partilhar a fé” e a catequese “como é uma experiência, é fundamental o encontro”, por isso, os catequizandos devem ter “uma sessão presencial”.

“Se isto evoluir no mau sentido que nos obrigue a ficar confinados então já tivemos a experiência de nos organizarmos e termos uma catequese digital”, recorda.

O diretor do Secretariado da Educação Cristã de Viseu assinala também que “não há necessidade de apressar o início da catequese” e dá como exemplo o começo do ano letivo 2020/2021, onde também vai estar como professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC).

Para o professor Abel Dias, “correndo bem na escola”, com os alunos a irem às aulas, a “encontrarem-se cumprindo as regras”, com certeza, “depois olham para a catequese com mais naturalidade” e já não têm “tanto receio”.

“Já fizeram experiência de estarem juntos e para nós é uma vantagem”, acrescenta o responsável que é catequista há vários anos mas, nestas funções de direção, está “a dar os primeiros passos num mundo desafiante”.

O responsável do Secretariado da Educação Cristã de Viseu destaca que a catequese é um “trabalho essencial” que os catequistas querem fazer com “paz e serenidade” e que devem fazer “em segurança e cada um tentar ao máximo”, salientando que os “desafios e o tempo hoje é diferente” por isso é necessário envolver a “comunidade toda” para “acontecer a catequese”.

A Igreja Católica em Portugal, através do Departamento de Catequese do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC) publicou ‘Orientações para catequese em tempos de pandemia’ para serem adaptadas a cada realidade.

Abel Dias explica que na sua comunidade cristã, na Paróquia de Abraveses, “só” têm a igreja e se “já era difícil agora ainda é muito mais difícil” dinamizar as sessões de catequese, por isso, estão a “fazer protocolos, parcerias, com outras instituições, nomeadamente a casa do povo para nos ceder várias salas, e “alargar ao máximo os espaços”.

O entrevistado destaca que estão “preocupados em ter a catequese num ambiente seguro” e estão também a “alargar ao máximo os horários”, e se antes a catequese estava essencialmente concentrada ao sábado e domingo “agora surge a necessidade de começar à segunda, terça, quarta, quinta”, um “desafio para os próprios catequistas que terão de ter disponibilidade num horário pós-laboral”, para além de “dividir os grupos” e “fazer com que o distanciamento seja possível”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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