Celebração na Catedral viseense reuniu centenas de pessoas em volta do novo auxiliar da Diocese do Porto
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Viseu, 16 dez 2018 (Ecclesia) –D. Armando Esteves, auxiliar da Diocese do Porto, foi hoje ordenado bispo, numa celebração presidida por D. António Luciano, bispo de Viseu, na catedral local.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o novo bispo considera que esta missão é um “novo apelo” para a doação à Igreja Católica, admitindo que houve “dias sem dormir” após a nomeação.
“Sempre gostei muito de estar no meio das pessoas e com as pessoas”, confessou.
D. Armando Esteves manifesta confiança em Deus e nas pessoas que o vão acompanhar no futuro, destacando as “afinidades” que criou com a Diocese do Porto, onde se apresenta “livre, descontraído”, numa atitude de “proximidade” com todos, como parte de uma “Igreja-mãe”.
Já D. Manuel Linda, bispo do Porto, realçou a necessidade de colaboradores no “trabalho de missão” numa diocese “grande, ampla, promissora”, elogiando o “grande conhecimento da realidade pastoral” do novo auxiliar, que considera uma “fortíssima mais-valia”.
O núncio apostólico, D. Rino Passigato, leu perante a assembleia reunida na Sé de Viseu o mandato apostólico de nomeação do bispo, com data de 27 de outubro, no qual se sublinhava a necessidade de ajudar os “pastores sobrecarregados com tanto trabalho”.
Acedendo a um pedido de D. Manuel Linda, bispo do Porto, o Papa Francisco nomeou D. Armando Esteves, de 61 anos, até agora vigário-geral da Diocese de Viseu, pedindo-lhe que seja “prudente em tudo”.
A Liturgia da Ordenação incluiu a apresentação do eleito, que promete fidelidade ao Papa; a sua prostração; a imposição das mãos; a entrega do Livro dos Evangelhos e das insígnias – o anel, símbolo da fidelidade à Igreja; a mitra, que evoca o “esplendor da santidade”; o báculo, que significa a missão de “pastor”.
A Missa foi concelebrada por dezenas de sacerdotes e bispos de várias dioceses portuguesas, contando com a presença de autoridades civis e militares; os bispos co-ordenantes foram D. Ilídio Leandro, bispo emérito de Viseu, e D. Manuel Linda, bispo do Porto.
Na homilia da celebração, D. António Luciano, bispo de Viseu, destacou a “alegria” vivida pela diocese, com esta ordenação episcopal nas proximidades do Natal, falando num chamamento comum a todos os cristãos, “à vida, à vocação, à consagração, à missão e à santidade
“Caríssimo D. Armando, ao sermos chamados ao Episcopado, tudo muda na nossa vida, as coisas agora passam a ser diferentes, como nos lembra o próprio Ritual”, assinalou, dirigindo-se ao novo bispo.
O bispo de Viseu falou desta ordenação como um “dom para a missão”, em particular na Diocese do Porto, onde o novo bispo vai ser auxiliar.
“Identifica sempre a tua vida com Cristo Esposo e Pastor da sua Igreja e como Ele procura dar a vida pelo seu rebanho, vivendo com alegria, disponibilidade, humildade e paciência as tarefas que te destinar o teu bispo”, recomendou D. António Luciano.
O presidente da celebração sublinhou a “estima” que os paroquianos e amigos dedicam a D. Armando Esteves, cuja presença considerou como uma “graça”.
No final da Missa, D. Armando Esteves saudou os presentes, da sua terra natal à nova diocese que vai servir, rezou por todos os bispos do Porto, lembrou D. António Ferreira Gomes, “marco inquestionável da história recente da Igreja em Portugal”, e pediu “a proteção especial lá do céu” a D. Manuel Martins e D. António Francisco dos Santos.
O bispo auxiliar do Porto recordou os seus pais, que tiveram 11 filhos (dois já falecidos), pelo seu exemplo de “honra, respeito, disciplina e fé sem explicações”.
Após passar em revista algumas passagens do seu percurso de vida, o bispo auxiliar do Porto disse que esta nomeação não é um “privilégio ou mérito”, mas um “dom de Deus”.
O novo bispo escolheu como lema “Eis a tua Mãe”, palavras de Jesus ao apóstolo São João.
Ao longo da vida, jovens, mas também adultos, não católicos ou com a fé adormecida, fizeram-me refletir sobre a Igreja que somos ou mostramos ser… A imagem também é importante, que o digam os jornalistas, comunicadores, aqui presentes, e geralmente, as suas duras críticas faziam-me pensar. Para eles, alguns aqui presentes, vai uma palavra de agradecimento pelas dúvidas e até revolta que, no diálogo, me fizeram crescer e me purificaram. Quero dizer-vos que, também sobre vós, o Espírito Santo lança sementes de amor e bem”.
No próximo domingo, a Diocese do Porto vai promover uma cerimónia de ação de graças, já concelebrada por D. Armando Esteves, pela vida D. António Bessa Taipa, antigo administrador diocesano e bispo auxiliar que renunciou ao cargo por ter atingido o limite de idade determinado pelo Direito Canónico.
HM/OC