Vila Real prepara Dia da Diocese

1- «Cultivem os leigos o sentido de diocese, de que a paróquia é como que uma célula, e estejam sempre prontos, à voz do seu pastor, a somar as suas forças às iniciativas diocesanas». Estas palavras constam do Decreto conciliar sobre o «Apostolado dos Leigos» (n.10) e prolongam as orientações doutrinárias de outros documentos, tais como a «Constituição sobre a Liturgia»: «Todos devem dar a maior importância à vida litúrgica da diocese que gravita em redor do Bispo, sobretudo na Igreja catedral, convencidos de que a principal manifestação da Igreja se faz numa participação perfeita e activa de todo o Povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, especialmente na mesma Eucaristia, numa única oração, ao redor do único altar a que preside o Bispo rodeado pelo presbitério e pelos ministros» (SC 41). De facto, a estrutura fundamental da Igreja de Cristo é a Diocese ou «a porção do Povo de Deus que se confia a um Bispo para que a apascente com a colaboração do presbitério, de tal modo que, unida ao seu pastor e reunida por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitua uma igreja particular, na qual está e opera a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica», como ensina o «Decreto sobre os Bispos» (n.11). É para ajudar a viver esta dimensão da fé que em muitas dioceses se vem a celebrar o «Dia da Diocese», nuns casos coincidente com a data da sua criação, noutro num dia considerado mais oportuno. Entre nós escolheu-se o primeiro Domingo de Junho por ser um dia grande, geralmente de bom tempo, e quando já estão passadas algumas festas das crianças da catequese e o mês de Maria. Esta celebração tem um carácter festivo. Por estranho que pareça, há pessoas que se comportam com a Diocese como se ela fosse um supermercado religioso: procuram-na quando precisam de algum serviço (baptizado, comunhão de algum filho ou neto, crisma, casamento, funeral, missa de festa), mas não se sentem verdadeiros membros activos e responsáveis pela sua vida diária, pela conservação dos prédios, pelo despertar das vocações, pelo apoio às celebrações, pelo trabalho pastoral de jovens e adultos, pela evangelização do mundo. Usando uma linguagem simples de homem do campo, o Papa João XXIII dizia que a Igreja não é uma máquina luxuosa que desliza a grande velocidade, mas um carro humilde que todos empurramos na estrada do mundo. Depois dos encontros realizados nos últimos anos nas Pedras Salgadas, em Vila Real, em Chaves, em Poiares da Régua, em Valpaços e em Montalegre, neste ano vamos reunir-nos em Boticas, num grande pavilhão municipal. Aí se encontrarão padres, religiosos e leigos: catequistas, cantores, leitores, leigos de obras de apostolado familiar, de noivado, seminaristas, confrarias, Acção Católica e jovens escuteiros. Haverá uma Eucaristia solene e nela será instituído no ministério de Acólitos dois homens leigos que, a seu tempo, serão ordenados Diáconos permanentes, isto é, permanecerão nesse grau da Ordem sem ascender ao Sacerdócio. 2- O programa já foi enviado e consta destes actos principais: Às 10h30 acolhimento; 11h00 palestra sobre a oração bíblica ou lectio divina; 12h30, almoço por grupos de farnéis; 14h00, plenário sobre o tema pastoral do ano: «A Diocese, família orante» ; 16h00, celebração da Missa do Domino e às18h00, chega de bois. Os vários arciprestados far-se-ão representar com os símbolos e as cores habituais, e de harmonia com o plano dos respectivos párocos Os fiéis que não podem ir a Boticas celebrarão este dia nas suas paróquias, mormente na Eucaristia. Este dia diocesano deve ser referido na homilia e na Oração Universal. As paróquias ensaiarão os «cânticos de entrada e de Comunhão» para a Missa: «Pai, Filho, Espírito Santo» de A.Cartageno, e «Recebestes um Espírito» de C.Silva, publicados no livro «Cânticos de Entrada e de Comunhão» do Secretariado Nacional de Liturgia. Para a homilia, recorda-se que a Igreja é apresentada na Lumen Gentium, desde o cap 1, como obra da Santíssima Trindade, dentro da Tradição da mesma Igreja, segundo a qual a Igreja é chamada desde o início «Igreja da Trindade». A anáfora eucarística é exemplar dessa matriz da Igreja, apresentando a obra da salvação como obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top