Diocese celebra 100 anos esta quarta-feira, com uma Missa e um concerto de órgão e a inauguração de uma exposição fotográfica
Vila Real, 19 abr 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Vila Real celebra esta quarta-feira os 100 anos da sua criação, a 20 de abril de 1922, um percurso que contou com sete bispos, como recorda à Agência ECCLESIA o padre Jorge Fernandes.
O Papa Pio XI criou a Diocese de Vila Real há 100 anos com a bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, a 20 de abril de 1922, e o seu primeiro bispo, D. João Evangelista Lima Vidal, num dos “primeiros encontros, chamou a D. Manuel Vieira de Matos pai da diocese”.
O padre Jorge Fernandes escreveu, por isso, o livro ‘D. Manuel Vieira de Matos, Pai da Diocese de Vila Real’.
“Ao longo dos séculos, mas sobretudo no século XIX, houve uma reconstituição das dioceses portuguesa, já com o Papa Leão XIII. Em 1917, D. Manuel Vieira de Matos já como arcebispo de Braga, ele que era natural da nossa diocese – de Poiares da Régua – pede formalmente, em janeiro, a criação da nova diocese de Vila Real”, desenvolveu.
Segundo o autor, “o grande argumento” de D. Manuel Vieira de Matos para pedir a criação desta diocese foi o “cuidado pastoral deste território”: “O dever absoluto e divino da visita pastoral nos prazos previstos”.
O primeiro bispo de Vila Real, D. João Evangelista Lima Vidal, “foi o grande organizador”, “o instalador da diocese”, entre 1923 e 1933, criou os arciprestados, as zonas pastorais, o seminário, a cúria e a Sé, um “trabalho incansável”.
D. António Valente da Fonseca, o segundo bispo da diocese transmontana, teve o “pontificado mais longo”, entre 1933 e 1967, e deixou uma “Igreja na idade adulta”, com mais de 40 anos.
“Foi o que consolidou. Mesmo na memória das pessoas é a grande referência ainda, no sentido da presença, das visitas pastorais, as pessoas naturalmente com mais idade. Foi ele que consolidou todo esse primeiro trabalho de instalação das estruturas diocesanas”, desenvolveu o padre Jorge Fernandes.
Seguiu-se D. António Cardoso Cunha, que “participou em todas as sessões” do Concílio Vaticano II e teve como missão concretizar as suas determinações, e depois, o terceiro bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves, “iniciou os secretariados, estruturas pastorais”, de 1991 a 2011, deu “um grande impulso à liturgia”, às visitas pastorais, “ao mundo da cultura e da comunicação social”.
D. Amândio Tomás, bispo emérito, foi “o primeiro bispo de Vila Real natural do território da diocese”, assinala o padre Jorge Fernandes, destacando das suas intervenções “o órgão de Tubos Sinfónico da Sé”.
O atual bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, entrou solenemente no dia 30 de junho de 2019, e o seu episcopado que “está marcado pela pandemia”, uma limitação de onde também podem “tirar algumas lições”.
Segundo o padre Jorge Fernandes, o “próprio bispo está presente e tenta mobilizar as pessoas” para o centenário, com um “impulso grande e preocupação”.
A entrevista ao autor é emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2), pelas 15h00.
Os 100 anos da criação da Diocese de Vila Real vão ser celebrados esta quarta-feira, com uma Eucaristia na Sé, presidida por D. António Augusto Azevedo, às 17h00, seguindo-se um concerto de órgão, por Giampaolo Di Rosa (Itália); às 21h30, inaugura-se uma exposição “com fotografias relevantes de todo este processo”, no Museu do Som e da Imagem.
‘Crescer com raízes’ é o lema geral do programa comemorativo deste centenário, e o atual ano pastoral (2021/22) centra-se no tema ‘Permanecer Unidos em Cristo’, e no próximo ano vão ‘Frutificar com alegria’ (2022/2023).
PR/CB/OC
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