Vila Real: D. António Augusto Azevedo é homem «culto, sábio» e com «sangue novo»

D. Amândio Tomás despede-se de vasto território, com população em mobilidade

Foto JCP / Agência Ecclesia

Vila Real, 28 jun 2019 (Ecclesia) – D. Amândio Tomás afirma que a Docese de Vila Real vai receber, no domingo, um homem “culto, sábio, cheio de entusiasmo” com “sangue novo” que será “uma mais-valia” para o território.

O bispo emérito de Vila Real e D. António Augusto Azevedo conheceram-se padres em Roma, quando D. Amândio era reitor do Pontifício Colégio Português onde o novo bispo da diocese transmontana estudou.

“Tenho por ele um grande apreço, deposito muita esperança. Já o conheço há muito”, recorda à Agência ECCLESIA o bispo emérito de Vila Real, que chegou à diocese em 2008, para ser bispo coadjutor de D. Joaquim Gonçalves.

D. Amândio Tomás tornou-se bispo residente em 2011 e desde então procurou apostar na valorização dos “corpos intermédios”, colocando as paróquias em contacto umas com as outras nos arciprestados.

“Os padres foram convidados a ter reuniões periódicas, a encontrarem-se para a oração e convívio, para o estudo de temas e para escolher determinadas diretrizes, nos diversos arciprestados. São oito os que atualmente existem”, explica o bispo emérito.

Um vasto território com 264 paróquias, com quatro cidades e muitas aldeias “vastas em extensão e com população diminuta”.

“Recordo que fui a uma aldeia no Alvão, com três velhinhas, era na altura bispo coadjutor, e disseram-me que nunca tinham sido visitados por um bispo. Como esta havia outras. Mas todos são povo de Deus, onde houver um ou dois, eu estou no meio deles. A Igreja está presente nos mais pequeninos aglomerados onde estão cristãos”, traduz.

Desafiado a eleger áreas prioritárias de atuação na diocese de Vila Real, D. Amândio indica os jovens, a família e inserção política e social.

“A Igreja passa a ser um refugo da sacristia e deve fermentar a sociedade, levedar a sociedade onde vivemos. Os cristãos devem ter uma maior envolvência política, isso já São João Paulo II o disse muitas vezes e este Papa não se cansa de o dizer. Este é um Papa intervencionista. E tem de ser, temos de estar”, afirma.

D. António Augusto Azevedo, por ter sido reitor do seminário do Porto e professor na Universidade Católica Portuguesa, na cidade, local onde estudam os seminaristas de Vila Real, conhece parte do clero “mais jovem” da diocese que agora toma posse.

Dez anos depois de assumir a diocese, a sua de origem, D. Amândio Tomás reconhece que se depara com imperfeições, sublinha que procurou que todos fizessem uma experiência de comunhão e alegra-se com os encontros que teve com “o povo, a gente simples, que é franca e acolhedora”.

“No termo deparamo-nos com imperfeições, nunca fizemos o que deveríamos e exigiríamos fazer. A Igreja é sempre uma experiência inacabada, uma obra em construção”, dá conta.

Agora como emérito, o bispo tenciona dedicar-se mais à leitura, à oração e meditação e responder às solicitações que receber.

D. Amândio Tomás afirma que será sempre cristão e “discípulo de Jesus” e, nessa medida, irá continuar a “testemunhar Jesus Cristo como puder e souber” até ao fim da sua vida.

HM/LS

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