Vida Consagrada: «Um carisma que deve ser protegido por toda a Igreja»

XIX Jornadas de Direito Canónico, que terminaram hoje em Fátima, procuraram contribuir para a coesão e formação dos institutos religiosos

Lisboa, 29 abr 2011 (Ecclesia) – As XIX Jornadas de Direito Canónico, dedicadas ao “Direito da Vida Consagrada”, serviram para “chamar a atenção para a importância de um carisma suscitado pelo Espírito Santo, que deve ser protegido por toda a Igreja”.

“Falou-se particularmente nos Institutos Seculares, que são uma forma de vida consagrada recente, do século passado, que agem no mundo como fermento, muitas vezes sem serem valorizados ou conhecidos” revelou hoje à AGÊNCIA ECCLESIA o padre Saturino Gomes, coordenador da iniciativa.

O evento, promovido anualmente pelo Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa, procurou nesta edição contribuir para o aumento da coesão e fomentar a troca de experiências entre os Institutos Religiosos, num momento em que, de acordo com o Papa Bento XVI, “muitos se interrogam se a vida consagrada é ainda hoje uma proposta capaz de atrair os jovens”.

Para procurarem caminhos novos, à luz das normas que regem cada congregação, cerca de 90 participantes, especialistas e membros de ordens religiosas, reuniram-se entre quarta e sexta-feira, na Casa do Carmo, em Fátima.

A relação dos Institutos Religiosos com a sociedade, nomeadamente com o meio político e económico; a inserção dos consagrados na Igreja Particular, e a Teologia da Vida Consagrada foram alguns dos temas debatidos.

O segundo livro do Direito Canónico da Igreja Católica, intitulado “Povo de Deus”, aponta como elemento fundamental de consagração “a união especial com a Igreja, o seu ministério e com a sua missão de salvação”.

Estabelece ainda que “nas novas igrejas devem-se cultivar as várias formas religiosas, para que se manifestem os divinos aspetos da missão de Cristo e da vontade da Igreja”.

 Por fim, convida-as a “consagrarem-se bem às diversas obras pastorais, preparando bem os seus membros para exercê-las”.

De acordo com Saturino Gomes, é preciso “concretizar e viver” este tipo de normas, esclarecendo pontos onde nem sempre há uma sensibilização adequada, mesmo dentro dos próprios Institutos de Vida Consagrada.

“Há um certo défice de formação nesta área, porque os institutos precisam muitas vezes de rever as suas constituições, as suas normas, e têm de recorrer fora” lamenta o especialista.

No final das Jornadas, foi mesmo lançado um desafio aos diversos organismos religiosos, para que enviem candidatos para a formação canónica que vai decorrer no próximo ano letivo.

 

JCP

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